Quem são, o que fazem e como interagem: compreendendo os stakeholders em Pequenas Centrais Hidrelétricas

Abstract

Resumo A utilização da energia e as diferentes estratégias de implantação e difusão das novas formas de tecnologia energética envolvem múltiplos stakeholders, com papéis, interesses, valores e crenças distintos. Diante deste contexto, este artigo identificou como atuam e quais são os papéis exercidos pelos stakeholders envolvidos em Pequenas Centrais Hidrelétricas, a partir de uma pesquisa de natureza qualitativa e exploratória. Os dados primários foram coletados a partir de um roteiro de entrevista semiestruturado, sendo entrevistados nove representantes de diferentes grupos de stakeholders . Os dados secundários foram coletados por meio de pesquisa documental, contemplando a legislação do setor, relatórios, editais e orientações disponíveis em sites eletrônicos de órgãos do governo e agências reguladoras. Para examinar os dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo a partir de três categorias: a) quem são; b) o que fazem; e c) como interagem os stakeholders nas etapas de implantação de uma pequena central hidrelétrica. Foram identificados sete grupos de stakeholders: (1) Agentes Institucionais; (2) Organizações não governamentais; (3) Investidores e produtores de energias renováveis; (4) Bancos de investimento; (5) Fornecedores do setor; (6) Associações de fomento de energias renováveis; e (7) Stakeholders Locais. Além disso, foram descritas cinco etapas para implantação de empreendimentos de energias renováveis e como esses grupos interagem em cada uma delas. Os resultados apontam para a falta de colaboração e diálogo entre os diferentes stakeholders no momento de tomar a decisão sobre a gestão dos recursos, bem como para a falta de informação, o que leva à perda de confiança dos stakeholders locais no empreendimento, antes da instalação e durante todo o seu ciclo de vida. Como contribuição, este estudo verifica que, uma vez identificadas as etapas na implantação e os atores envolvidos, novas formas de comunicação podem ser propostas, a fim de aumentar a transparência da informação, além de modelos de fluxo de trabalho que atentem para a colaboração e o diálogo entre os diferentes stakeholders.

Research Status and Future Agenda in Small Hydropower from the Perspective of Sustainable Development Goals

“…Many obstacles hinder the development of regional SHP, including the regulatory framework, infrastructure, and ecological protection as well as issues related to monitoring data and information. In the areas of SHP management, rational flow setting, information transparency, and public participation, digital technologies are needed to support and coordinate the changing service needs. ,, Due to the interconnection of these obstacles, a cross-regional and integrated collaborative approach is essential to overcome them. In future research, to promote national cooperation, the focus should be on identifying the strengths and weaknesses of each region in SHP research to promote cooperation.…”

Stakeholders como Agentes de Mudança Institucional em Ambientes de Regulação Estatal

“…Um efeito colateral desse processo é o surgimento de novas entidades representantes de categorias dentro dessa coletividade, que almejam melhores resultados. Como apontam Pagnussatt et al (2018), Bispo e Gomes (2018) e Neto e Borges (2019), a cooperação entre stakeholders não é automática, pois existem interesses e expectativas distintas.…”

Compreensão da percepção pública da Ação Climática: desafio para as lideranças brasileiras

“…Outro fator que influencia a PP e a PS é a preferência entre tecnologias (categoria 4), por familiaridade ou por preferir energias renováveis ou demonstrar aceitação de tecnologias como CCS (Jobin & Siegrist, 2020;Linzenich, Arning, & Ziefle, 2021). Essa preferência também pode estar associada à proximidade e ao grau de confiança nos agentes proponentes do projeto (categoria 8), seja a indústria ou o governo local (Ashworth, Jeanneret, Romanach, & Ranasinghe, 2014;Terwel, Harinck, Ellemers, & Daamen, 2011), assim como a fatores econômicos (categoria 9), como a aceitação para pagar por determinadas tecnologias ou fontes de energia (Abdullah et al, 2017;Kraeusel & Möst, 2012;Nirmal & Menon, 2019) ou a oportunidade de geração de emprego e renda, bem como o desenvolvimento econômico local (categoria 2) (Pagnussatt, Petrini, Santos, & Silveira, 2016).…”