RESUMO -O recente método de avaliação das fibras nervosas intraepidérmicas com o PGP 9,5 vem se mostrando de grande utilidade no diagnóstico das neuropatias sensitivas de fibras finas, autonômicas e neuropatias periféricas subclínicas. Devido à variação da técnica relatada na literatura é de fundamental importância uma padronização normal. Estudamos 15 homens e 15 mulheres com média de idade de 34,5 anos. Em todos os voluntários foi realizada biopsia de pele na porção distal da perna.A média da densidade linear das fibras nervosas intraepidérmicas foi 5,3/mm com mediana de 6,0 e desvio padrão de 1,94. Essa técnica possui um grande número de vantagens em relação à biopsia de nervo convencional, é simples, pouco invasiva, reproduzível e pode ser repetida no mesmo paciente para avaliar progressão da neuropatia e possíveis respostas terapêuticas.PALAVRAS-CHAVE: biopsia de pele, fibras sensitivas finas, nervos intraepidérmicos, PGP 9,5.
Normal pattern of intraepidermal nerve fibers in 30 healthy volunteers with PGP 9.5ABSTRACT -Skin biopsy has become an attractive technique to evaluate the terminal regions of small nerve fibers.There is extensive innervation of the skin by both sensory and autonomic fibers as demonstrated by staining for the pan-axonal marker PGP 9,5. The normal pattern is fundamental before any study, since three different techniques described in the literature with different results. Skin biopsy specimens of 3-mm in diameter were obtained from the distal leg of 30 healthy controls. Median intraepidermal nerve fiber density was 5.3/mm. Skin biopsy may be a useful tool for assessing the topographic extent and degree of nerve fiber damage in sensory neuropathies and may be particularly useful in experimental treatment trials for peripheral neuropathies since, in contrast to standard nerve biopsy, the test can be repeated.KEY WORDS: skin biopsy, small fibers, intraepidermal nerve fiber, PGP 9,5.A presença de fibras nervosas na epiderme humana tem sido debatida e especulada há mais de 120 anos. A primeira descrição essencialmente correta sobre fibras nervosas intraepidérmicas (FNIE) foi publicada em 1868 por Langerhans, enquanto ele ainda era estudante de Medicina 1 . Usando a coloração de Cohnneim para cloreto de ouro ele mostrou ramos penetrando na epiderme através da membrana basal. Posteriormente, vários pesquisadores confirmaram a presença de nervos na epiderme 2 . Na maioria dos exemplos, as descrições eram acompanhadas por desenhos e raramente por fotografias. Outros métodos foram tentados, posteriormente, com a intenção de detectar a presença de fibras nervosas intraepidérmicas, como a prata e o azul de metileno. Devido à dificuldade técnica que esses métodos apresentaram no objetivo de demonstrar a presença de terminações nervosas livres na epiderme, vários investigadores negaram durante muito tempo a presença de tais elementos na epiderme humana. Mais recentemente, com técnicas de imunohistoquímica para identificação de neurotransmissores como a substância P, produto gênico relacionado ao gene...