O presente estudo objetivou descrever e analisar a produção científica sobre a solidão da mulher negra e seus reflexos nas relações sociais e de saúde. A mulher negra enfrenta diferentes realidades que a colocam diante da solidão, além da interseccionalidade de marcadores sociais como gênero, classe e raça que interferem no seu sentir (acolhimento ou rejeição) nas relações. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, partindo da questão ‘A mulher negra sente-se sozinha?’. Foram combinados os descritores ‘solidão’, ‘mulher negra’, ‘racismo’, ‘afetividade’ e ‘emoções’ e consultadas três bases de dados, com uma amostra final de 17 artigos. Os resultados apontam que a mulher negra vive sob os estereótipos da super-mulher e da hipersexualização, originando sentimentos de abandono nas relações afetivas, além de vivenciar múltiplas violências nos ambientes em que está inserida. Assim, as relações são esboçadas por processos que marcam a identidade da mulher negra, suprimindo-a. Nota-se que a produção científica sobre a solidão da mulher negra é incipiente e torna-se explícita violência da não nomeação, a qual dificulta o estudo epidemiológico do fenômeno, evidenciando a naturalização do sofrimento.