Qualidade de vida de bombeiros militares atuantes nos serviços operacional e administrativo

Abstract

Objetivo: analisar a qualidade de vida de bombeiros militares atuantes em serviços operacional e administrativo. Método: estudo transversal, de abordagem quantitativa, realizado em um município do oeste catarinense entre março e abril de 2016. Para a coleta de dados utilizou-se o questionário de avaliação da qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde, versão curta (WHOQOL-Bref). Utilizou-se o programa Statistical Pack age of Social Sciences para as análises estatísticas. Resultados: os resultados evidenciam que os51participantes apresentaram níveis regulares de qualidade de vida, os bombeiros que atuam no operacional apresentam os piores resultados sobre a percepção da qualidade de vida em comparação aos trabalhadores do administrativo (p=<0,05). A realização de horas extras interferiu negativamente na qualidade de vida (p=<0,05). No domínio Meio Ambiente foram encontrados os piores valores. Conclusão: os participantes avaliaram sua qualidade de vida como regular o que pode repercutir na saúde e bem-estar, assim como interferir no seu cotidiano de trabalho. Sugere-se a utilização deste indicador na gestão da saúde dos trabalhadores.

Correlation between quality of life and sleep quality of military firefighters

“…However, to promote healthier processes, it is necessary to invest in interventions in the workplace. The demands of health can influence the quality of life of the worker, contributing to the increase of suffering at work and illness, because some health problems, such as gastritis, stress, and insomnia, can result from the organization of work and work activities and, consequently, influence the general perception of quality of life 34 .…”

Adaptação e Evidências de Validade da Escala de Demandas Profissionais de Bombeiros Militares Brasileiros (EDP-BM-BR)

“…Por fim, a análise da literatura permite acrescentar outras duas dimensões de demandas: organizacionais, conceituadas como situações que surgem de questões da rotina de trabalho interno e burocracias relacionadas à resposta de emergência, tais como operações de rotina e estresse organizacional genérico; trabalho por turnos longos/irregulares, carga horária excessiva e muitas horas extras; dificuldade de comunicação e relacionamento com equipe e/ou superior (Cowlishaw et al, 2020;Duran et al, 2018Duran et al, , 2019Llorens et al, 2022;Reynolds & Wagner, 2007;Santos, Ascari, Sá, & Ascari, 2018); e emocionais, relacionadas com questões emocionais dos bombeiros, tais como: gestão imediata das emoções (in loco); mascarar emoções negativas; estressores cognitivos; frustração das necessidades psicológicas básicas (autonomia, controle e relacionamentos) (Bernabé & Botia, 2016;Cremasco & Vivienne, 2010;Rouse et al, 2020;Tuckey & Scott, 2014;Young et al, 2014).…”

“…Dentre as demandas consideradas estressoras em estudo com bombeiros do estado de Santa Catarina estão a diferença de tratamento entre as patentes; relações profissionais com difícil troca afetiva; dificuldade de ascensão profissional; valorização salarial insuficiente; barreiras no relacionamento interpessoal fora da corporação pela impossibilidade de expressar sentimentos e emoções; materiais e qualificação defasados e falta de suporte psicológico (Cremasco & Vivienne, 2010). Em estudo posterior com bombeiros desta mesma UF observou-se que bombeiros que atuavam nas equipes operacionais tinham percepção da sua qualidade de vida inferior aos das equipes administrativas, o mesmo vale para os bombeiros que realizavam horas extras com relação aos que não realizavam (Santos et al, 2018). Lima et al (2015) e Vasconcelos et al (2021) estudaram elementos contextuais e pessoais de Bombeiros Militares de Minas Gerais que pudessem ser relacionados com o desenvolvimento de Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT) nestes profissionais.…”

Repercussões laborais no autocuidado em saúde de bombeiros militares brasileiros

“…A qualidade de vida, em sua multidimensionalidade, está sujeita a diferentes influências, incluindo a função assumida pelos profissionais: bombeiros que atuam em setores administrativos podem apresentar melhor percepção da qualidade de vida se comparados ao setor operacional; há um impacto maior naqueles que realizam horas extras, evidenciado nos níveis de estresse, padrões de sono ou de lazer. 3 Neste cenário, enfermeiros preocupados com a integralidade do cuidado e saúde do trabalhador podem atuar desenvolvendo estratégias que contribuam para a qualidade de vida através de educação em saúde acerca do autocuidado em saúde dos bombeiros militares.…”