Qual a cartilha do professor? Algumas contribuições do paradigma qualitativo e da análise crítica do discurso para a formação continuada

Abstract

.SIGNUM: Estud. Ling., Londrina, n. 13/2, p. 275-294, dez. 2010 276 practice, involving the interpretation of reality. It spreads through the philosophical -historical approach of Qualitative Epistemology and Critical Discourse Analysis (CDA). The corpus, consisting of clipping interviews with teachers from the outskirts, was treated according to the representations of social actors of the CDA, in order to find out underlying ideological representations of the same discourse. The outcomes suggest that, by reading their practices, the interviewers update and feedback their own theoretical knowledge. Key-words: Continuing education; Qualitative Paradigms, Critical Discourse Analysis. IntroduçãoPesquisas, projetos, artigos, teses. Experiências, discursos, corpora, estratégias. Políticas, Leis, normas, métodos. Antes de um grande emaranhado, uma grande soltura de eventos. Por vezes estanques, por vezes indefinidos, por vezes sem sentido. Como um a, b, c, d... que nossas crianças têm que aprender... Assim também pode se dar a materialização dos diversos processos do fazer docente. Processos que, dependendo de seu contexto de realização, serão interpretados de uma ou de outra forma; dependendo das políticas, terão uma ou outra aplicação; dependendo da realidade sócio-financeira, escolher-se-á uma ou outra estratégia. Nesse sentido, a própria prática do professor pode ser uma fonte de leitura -e que requer tanta habilidade de interpretação, inferência, antecipação quanto qualquer outro texto escrito.O presente trabalho, portanto, baseia-se em duas perspectivas de leitura: uma, a teórica, que visa a trabalhar a educação continuada do profissional que atua na educação básica, buscando aprimoramento de nível filosófico, epistemológico, técnico, pedagógico, outra, a leitura da própria prática: Como os textos orais, de situações naturais, podem ajudar um professor a ler sua realidade? O que estes textos vivos, vitrines da realidade, têm a dizer dos escritos, e como estes professores os interpretam e os re-escrevem?Foi com essa segunda perspectiva que me deparei quando, da entrevista-piloto que fiz com cinco professores de periferia do