Resumo Tem havido uma crescente participação do conceito de indústria cultural de Adorno e Horkheimer nas discussões sobre o mundo globalizado da pós-modernidade. Esse artigo, estruturado a partir da teoria crítica de Frankfurt, analisa o programa televisivo latino 'Yo soy Betty, la fea' (No Brasil, 'Bela, a feia'), novela oriunda da Colômbia, cujo enredo e narrativa foi exportado para diversos países nos quatro cantos do mundo, sendo recriada localmente no México, Estados Unidos, Brasil e alguns países da Europa (como Croácia e Polônia). Pela leitura semiológica das principais características da protagonista e no diálogo com Muniz Sodré e Edgar Morin, conclui-se que sua estética não padronizada e as dificuldades que enfrenta em sua carreira no mundo corporativo estabelecem massiva identificação com a personagem, ascendendo Betty ao status de fenômeno 'pop' mundial nesse início de século.