Este trabalho faz parte de uma pesquisa maior, na qual procuramos compreender como uma técnica terapêutica de pretensão anarquista e científica, a somaterapia de Roberto Freire, surgiu e se desenvolveu a partir do cenário contracultural dos anos 1970. Neste artigo, discutimos os processos de memória em torno da criação da somaterapia, problematizando incongruências e procurando demonstrar o caráter basilar da influência do Centro de Estudos Macunaíma na criação e no desenvolvimento dessa técnica terapêutica. Para analisar os processos de memória emergentes nas fontes, compostas principalmente pelas obras de Freire e somaterapeutas ou simpatizantes, utilizamo-nos especialmente dos aportes teóricos de Bourdieu, Pollak e Catroga.