Proporção de exodontia no estado de São Paulo e sua relação com a cobertura da Equipe de Saúde Bucal

Abstract

Resumo Introdução O conhecimento dos fatores relacionados à perda dentária contribui para o planejamento das ações preventivas realizadas pelas Equipes de Saúde Bucal (ESBs). Objetivo Avaliar o indicador de proporção de exodontia nos municípios do estado de São Paulo e a sua relação com os indicadores socioeconômicos e cobertura das ESBs. Método Estudo ecológico com dados secundários dos 645 municípios do estado de São Paulo do ano de 2012. A variável dependente foi o percentual de exodontia mensurado pelo indicador de proporção de exodontia em relação aos procedimentos individuais realizados pelas ESBs, disponibilizado pelo Sistema de Informação da Atenção Básica. Foram considerados como variáveis independentes a cobertura populacional estimada pelas ESBs, o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios per capita, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS). Foram aplicados modelos lineares generalizados, avaliados pelo p-valor do teste de Wald, AICC e grau de liberdade. Resultados Apresentaram maior proporção de extrações dentárias as cidades do estado de São Paulo com menor cobertura de ESBs (p < 0,0001), com menor valor de IDH (p < 0,0001) e com maior valor de IPRS (p = 0,0018). Conclusão A baixa cobertura de ESBs e as desigualdades socioeconômicas contribuem para aumentar as extrações dentárias no estado de São Paulo.

Análise da oferta de serviços de saúde bucal nos pequenos municípios brasileiros: um estudo ecológico

“…A influência dos indicadores sociais sobre as variáveis de saúde bucal estudadas reforça o paradigma da determinação social do processo saúde-doença e é coerente com outros estudos previamente publicados (Sousa et al, 2019;Baker et al, 2018;Santos et al, 2021;Agnoletto, 2017). Estudo Aguiar Filgueira e Roncalli (2018) tiveram, como resultado de seu estudo, que regiões com elevado IDH apresentam maior média de ações coletivas de escovação dental supervisionada e maior proporção de extrações dentárias, corroborando com os resultados da presente pesquisa.…”

“…Se de um lado Santos et al (2021), Palmier et al (2012) e Agnoletto et al (2017) observaram que a baixa cobertura de serviços básicos de saúde influencia no aumento na proporção de exodontia realizada; por outro lado, Fischer et al (2010) observaram que há um aumento do volume de exodontias em regiões com maior cobertura das equipes de saúde bucal.Uma explicação para essa diferença está na organização da rede de saúde bucal, uma vez que paraCosta et al (2013), a exodontia é a solução para cessar a odontalgia quando não há uma oferta adequada de serviços especializados, que permita a oferta de outras possibilidades de tratamento. Os resultados do presente estudo alinham-se com osSantos et al (2021) e Agnoletto et al (2017, ao verificar que a municípios com maior cobertura de equipes primárias de saúde bucal apresentavam menores proporções de tratamento mutilador.…”