Amparados nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (Weinreinch; Labov; Herzog, 2006; Labov, 2008), investigamos o uso do tabu linguístico corno no estado do Ceará, a partir de dados do ALiB. Objetivamos identificar a variante mais produtiva e analisar o papel dos fatores extralinguísticos e linguísticos sobre a realização da variante corno na amostra analisada, bem como investigar se esses fatores condicionam uma fala eufemizada na comunidade estudada. Testamos os fatores linguísticos recurso linguístico e nº de variantes faladas, e os fatores extralinguísticos sexo, faixa etária e localidade. O GoldVarb X selecionou a variável nº de variantes faladas como relevantes para a variante corno e para o uso de eufemísticos, e a variável sexo como relevante apenas para o uso de eufemísticos. Concluímos que a variante corno, 61,30%, é mais frequente que chifrudo, 38,70%, e que as comunidades pesquisadas não fazem uso de recurso linguístico para eufemizar a fala (33,30%), preferindo disfemizar (66,70%).