A Residência Multiprofissional em Saúde atua como estratégica no cuidado em saúde às populações vulneráveis, como refugiados. Percebe-se um aumento no pedido de refúgios, especialmente pela onda migratória venezuelana. Este artigo sistematiza a experiência de residentes em Saúde Mental com o cuidado em saúde a venezuelanos acolhidos pelo Processo de Interiorização. Trata-se de um relato de experiência. Aponta-se necessidade do olhar em saúde mental diante de situações de deslocamento forçado, construindo autonomia e cidadania. Mapearam-se recursos do município e se pontuou necessidade de articulação em rede, especialmente de saúde mental. Notaram-se angústias nos venezuelanos pelo distanciamento familiar, desconhecimento de fluxo de acesso a serviços brasileiros, questões laborais, habitacionais e desconfiança nos pares dadas situações extremas vivenciadas na Venezuela, na travessia migratória e no Brasil. Apontou-se necessidade de educação permanente dos profissionais, articulação intersetorial, confecção de cartilha bilíngue, e espaços de socialização, lazer e cultura, essenciais ao cuidado em saúde mental.