Objetivo: Apesar da participação das mulheres estar mais frequente em ambientes acadêmicos que outrora, a entrada tardia delas nesse meio pode atuar como limitador de sua presença nos programas de pós-graduações no país. Assim, este estudo teve por objetivo analisar a participação feminina em programas de pós-graduação na área de Ciências Sociais Aplicadas de 2010 a 2019.
Método: Para a construção deste estudo, foram selecionados os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), referente às produções de mestrado e de doutorado, entre os anos de 2010 e 2019 na área de Ciências Sociais Aplicadas. Encontrou- se um total de 98.116 publicações, sendo 81.454 dissertações e 16.662 teses, que foram catalogadas por gênero, atribuindo-se H para o público masculino e M para o público feminino. Com os dados obtidos, identificou-se que 48,66% eram produções femininas e 51,34% eram produções masculinas. Resultados: Os resultados da pesquisa indicaram o crescimento da participação feminina em programas de pós-graduação, especialmente em relação ao mestrado, ao longo dos anos. Do total das produções acadêmicas femininas, tem-se que 83,39% foram dissertações e 16,61% foram teses. Os cursos com maior presença feminina são administração pública e de empresas, ciências contábeis e turismo que, juntos, detêm 28,75% das publicações, e direito com 23,71% do que foi produzido no período.
Contribuições: Concluiu-se que a presença do gênero feminino nos programas de pós-graduação na área de Ciências Sociais Aplicadas vem aumentando ao longo dos anos. Contudo, é possível identificar que sua presença no maior nível de titulação analisada, o doutorado, ainda é inferior à presença dos homens. Dessa maneira, esse trabalho se torna relevante para fomentar discussões da presença feminina na academia brasileira e sobre os fatores limitantes para sua presença no ambiente acadêmico.