Produções literárias e audiovisuais nas periferias de Fortaleza: (re)inventando territórios de infâncias e juventudes periféricas // Literary and audiovisual productions on the peripheries of Fortaleza: (re)inventing peripheral childhood and youth territo

Abstract

Este artigo tem como objetivo discutir a reinvenção de territórios das infâncias e juventudes periféricas a partir de fotografias e poemas produzidos pelo fotógrafo Leo Silva e pelo poeta Talles Azigon (identificados após a aprovação do artigo) como modo de re-existência em Fortaleza. São problematizações advindas da realização de uma pesquisa-inter(in)venção de ethos cartográfico, junto a esses jovens, em que as imagens e os poemas emergem como dispositivos lúdicos na produção de movimentos contra-hegemônicos frente às “imagens oficiais” historicamente impostas sobre as periferias. Por meio dessas fotografias e poemas, e, portanto, da arte, a reivindicação dos territórios retrata e narra infâncias e juventudes de periferias de Fortaleza a partir de suas potências e não de suas precarizações. Como experimentação, o artigo foi produzido a partir desses poemas e fotografias, além de contar com as participações de (a ser identificado, caso o artigo seja aceito, pois atua como participante da escrita do artigo) e (a ser identificado, caso o artigo seja aceito, pois atua como participante da escrita do artigo) na elaboração do texto como um movimento decolonial de (des)habitar a escrita acadêmica.

Everyone’s Love, Seed-Words to Change the World: Grammars of Resistance by Cultural Collectives from the Brazilian Racialised Periphery in Times of Health Crisis

“…Research indicates that Ceará is the Brazilian state where most adolescents between the ages of 12 and 18 are killed. Fortaleza is the most lethal capital for adolescents, with IHA (Adolescent Homicide Index) of 10.94 deaths per group of one thousand young people (BARROS et al, 2016.). According to Virginia Fontes (2020), the health crisis caused by the Covid Pandemic that began in 2020, evidences the capitalist crisis that was already underway: the widespread uberization, the expropriation of working-class rights, and the giving of billions from governments to capitalists were already the signs of this crisis, as Fontes points out: Before talking about the health crisis, it is necessary to remember that we were already entering a new capitalist crisis, again due to capital overproduction, because the enormous volume of capital, in the form of bonds or money, that needed to be valorized, was already imploding social life.…”

Alianças entre coletivos LGBTQIA+

“…A própria escolha pelo título da cena "LGBTQIA+ maquinam entre periferias", feita peles autores, vem de um entendimento de que o aliançar-se entre coletivos LGBTQIA+ surge como re-existência no que se refere à precarização em seus cotidianos, já que o aliançamento aciona a possibilidade de produzir uma linha de fuga (DELEUZE; GUATTARI, 2004) às fronteiras concretas e simbólicas criadas pela violência, tendo como efeito a paralisação dos fluxos de determinados corpos pela cidade, principalmente aquelus (des)subjetivades como desimportantes. (SILVA, 2019;DIÓGENES, 2020;SILVA et al, 2023;BARROS et al, 2023) Esse movimento de entrelaçamento entre juventudes desimportantes em Fortaleza pode ser compreendido, de acordo com Silva e Freitas (2018), como um nós dinâmicos, "que defende a arte de inventar, resistir para continuar existindo, pelo uso da poesia face a face e da literatura enunciada, compartilhada, publicizada". (p. 140) Então, se a resposta à pergunta "podem es desimportantes habitar a cidade?"…”