Produção de embriões e fisiologia ovariana em vacas nelore sob diferentes níveis nutricionais

Abstract

À Fazenda Figueira que abriu as portas para a transferência dos embriões. Raí, uma pessoa impar, com muito conhecimento e ensinamentos valiosos, apesar de alguns deslizes. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, pelo Auxilio à pesquisa (Proc. 2010/20704-4) e bolsa de estudos (Proc. 2010/14494-7), sendo parte essencial deste trabalho. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES) pela concessão da bolsa de estudo temporária e ao Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq).

Produção embrionária, perfil endócrino, metabólico e molecular de vacas holandesas não-lactantes recebendo dieta à base de milho ou polpa cítrica

“…Os nutrientes obtidos através da nutrição, bem como os metabólitos derivados, atuam em diferentes níveis do eixo hipotálamo-hipofisário-gonadal, alterando a produção e liberação de hormônios, metabólitos e fatores de crescimento que atuam direta ou indiretamente no controle da função ovariana e da produção de embriões (SARTORI et al, 2012;SURJUS, 2013). Diferentes níveis de IMS (proporcionando ganho, perda ou manutenção de peso corporal), por exemplo, afetam consideravelmente a fisiologia do ciclo estral, alteram a concentração de hormônios circulantes e o desempenho reprodutivo (ADAMIAK et al, 2005;GONG et al, 2002b;MURPHY et al, 1991;SELK et al, 1988;SURJUS, 2013).…”

“…Diferentes níveis de IMS (proporcionando ganho, perda ou manutenção de peso corporal), por exemplo, afetam consideravelmente a fisiologia do ciclo estral, alteram a concentração de hormônios circulantes e o desempenho reprodutivo (ADAMIAK et al, 2005;GONG et al, 2002b;MURPHY et al, 1991;SELK et al, 1988;SURJUS, 2013). Exemplos de vários estudos são citados a seguir, tanto em vacas de corte como em vacas leiteiras.…”

“…A alta IMS também altera as respostas ovarianas e fisiológicas: maior tamanho de folículo ovulatório foi reportado em vacas de corte não lactantes Bos indicus ingerindo 1,5 vs. 1,0 e 0,7% da mantença (SURJUS, 2013). O mesmo foi observado em novilhas mestiças, que também tiveram maior taxa de crescimento do folículo (ADAMIAK et al, 2005;ARMSTRONG et al, 2001) e em novilhas zebuínas (MOLLO, 2007).…”

“…Ovelhas recebendo dieta acima das necessidades de mantença por 32 dias tiveram maior número de folículos nos ovários e a produção in vitro de blastocistos foi menor em doadoras não superestimuladas que receberam dieta contendo alta energia (ARMSTRONG et al, 2001). Em vacas zebuínas (MARTINS et al, 2006;SURJUS, 2013) Diferente do estudo citado acima, dieta acima da mantença (1,7 vs. 0,7%) prejudicou a resposta superestimulatória e superovulatória de novilhas de corte zebuínas, além de proporcionar menor número de estruturas totais colhidas (MOLLO, 2007). Também foi relatada menor produção embrionária a partir de oócitos de vacas lactantes recebendo dieta altamente energética vs. dieta com níveis adequados de energia (LEIVA et al, 2015 YAAKUB et al, 1999).…”

“…A partir dos dados supracitados, é possível perceber que o status energético do animal parece ser um dos fatores determinantes quando se fala em efeito da nutrição na eficiência reprodutiva e a insulina parece ser um importante mediador desse efeito, visto que a concentração desse hormônio é maior em fêmeas que tiveram maior ingestão de alimento (ADAMIAK et al, 2005;GONG et al, 2002b, SALES et al, 2015SURJUS, 2013). O ECC e a ingestão de nutrientes estão positivamente correlacionados com o IGF1 (YELICH et al, 1996), um fator de crescimento que tem enorme papel na regulação da função ovariana (BEAM; BUTLER, 1997).…”