Processamento Auditivo Da Informação Em Sujeitos Com Afasia

Abstract

Introdução: Diferentes tipos de alteração no sistema nervoso central (SNC) podem resultar em diversos tipos de distúrbios de linguagem e/ou fala. Havendo alguma alteração em nível central, é possível que algumas habilidades auditivas estejam alteradas. Objetivo: Avaliar as habilidades do processamento auditivo de modo comportamental e eletrofisiológico em sujeitos com afasia de expressão e identificar a correlação entre as avaliações. Métodos: Participaram do estudo sujeitos com idade entre 29 e 72 anos, com afasia de expressão decorrente de lesão encefálica (acidente vascular cerebral ou traumatismo crânio encefálico). Esses indivíduos foram submetidos a uma avaliação audiológica básica, além da avaliação comportamental e eletrofisiológica do processamento auditivo, que contemplou os seguintes testes: localização sonora, memória sequencial para sons verbais e não verbais, padrão de frequência e duração, dicótico de dígitos, fala comprimida, identificação de sentenças sintéticas e dicótico não verbal, além do Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência (PEALL) P300. Resultados: Todos os sujeitos avaliados apresentaram alteração na maioria das habilidades comportamentais de processamento auditivo. No PEALL, todos apresentaram os potenciais exógenos (N1, P2) dentro da latência esperada. Apenas um não apresentou o potencial P300 bilateralmente. Os outros cinco afásicos apresentaram P300 bilateralmente. Conclusão: Foi possível avaliar as habilidades do processamento auditivo em quase todos os sujeitos com afasia de expressão de modo comportamental e eletrofisiológico. Não foi observada correlação significativa entre as avaliações, identificando que as avaliações comportamentais foram piores do que as eletrofisiológicas.

Central auditory processing and aphasia: A scoping review

“…Equivalent to the previous results, evidence 21,22,24,25 corroborates the hypothesis that aphasic individuals may have abnormal results in monaural tests. Samples from this population were presented using the filtered words test and the speech-in-noise test and found that, in both monaural tests, the aphasic patients' results confirmed poorer speech comprehension, with deficits in auditory closure.…”

“…The literature has shown performance below reference values in aphasic subjects' auditory skills [21][22][23][24] , confirming the idea that aphasic changes are related to CAP performance. Six (46.15%) of the articles approached in this review used the Pediatric Speech Intelligibility (PSI) monaural sentence tests to assess figure-ground and the filtered words and speech-innoise tests to assess auditory closure.…”

“…Concordantly, studies 22,[28][29][30] in aphasic populations demonstrated increased latency or absent waves. The increase in latencies was related to the difficulty that aphasic individuals tend to have in situations involving auditory discrimination, memory, and attention mechanisms.…”

“…In view of the results found in the literature, aphasic patients presented lower scores in all temporal tasks when compared to the control group, and it can be assumed that they have impaired auditory resolution and temporal ordering. Given the results in the literature, aphasics scored lower than the control group in all temporal tasks, presuming impairments in auditory resolution and temporal ordering skills 22,24,27 .…”

Electroacoustic and electrophysiological auditory assessment in aphasic individuals

“…The cognitive potential in individuals with acquired neurological alteration has already been investigated by many authors, as is the case of a study 29 that evaluated the cognitive potential in individuals with mild traumatic brain injury and observed that 60% of the sample presented P3 latency within the expected. A study 30 observed P300 alteration in aphasic individuals, characterized by the absence of P3 and/or P3 wave latency delay, justifying that a brain injury can impair the cognitive processes, with a loss to attention, auditory discrimination and memory, and/or underlying language skills. This did not happen in this study, as the aphasic individuals did not present latency delay and there were no absent components.…”