Problematizando a experiência clínicopolítica da equipe clínico-grupal tortura nunca mais

Abstract

Este texto é um efeito de encontros experimentados ao longo de 23 anos de existência da Equipe Clínico-Grupal Tortura Nunca Mais. Destacamos aqui algumas linhas ético-estético-políticas que atravessaram a experiência compartilhada pelas autoras. Elegemos duas questões-analisadoras que, a nosso ver, expressam o percurso da construção do trabalho de assistência médica-psicológica-fisioterápica a pessoas atingidas, direta ou indiretamente, pela violência do Estado: a inseparabilidade entre clínica e política e o risco de naturalização da figura da vítima. Nestas problematizações escolhemos um caminho, buscando intercessores, para pensarmos os dispositivos clínicopolíticos em funcionamento ao longo do percurso. Dentre muitos, destacamos Michel Foucault, Gilles Deleuze e Felix Guattari como autores que, em muito, nos ajudam a pensar o tempo presente. Nossa aposta segue na afirmação dos movimentos desejantes que ousam inventar continuamente a Vida e um Viver Singular e Autônomo.Palavras Chaves: processo de subjetivação; movimentos desejantes; vitimização; clínicapolítica

Mental health and human rights: An analysis of rights violations and resistance processes

“…We enter, according to Foucault, into disciplinary societies where institutions produce docile bodies, training not only the physical, but fundamentally the spirits. (COIMBRA, 2002, p.8) Coimbra (2002) points out that in addition to the device of dangerousness, another device continues to be used with impunity throughout the republican period: that of torture. No longer for the enslaved, but for the "criminals", "marginals", for the poor in general.…”

A Justiça De Transição No Brasil: O Caso Do Departamento De Ordem Política E Social (Dops) Do Rio De Janeiro

“…146 Encontrou-se documentação muito relevante que, em geral, consistiu em dados sobre pessoas mortas pela repressão -fotografias e documentos sobre prisões. Esse material serviu para desmentir falsas versões oficiais de mortes, embasar os dossiês para reparações aos familiares e elaborar dossiês sobre autoridades públicas envolvidas em mortes e torturas e denúncias de médicos legistas colaboradores (Coimbra, 1996) Tortura e o Abuso de Autoridade, subordinada à Corregedoria de Polícia Civil, que já funcionava no prédio. 151 Segundo a matéria, a delegacia seria "fincada" no prédio e simbolizaria, conforme as palavras de Paulo Goldrajch, advogado atuante na ditadura, "um exercício de dialética", ao permitir ao povo brasileiro a "memorização de um período, que não pode ser esquecido, apesar de ter causado imenso sofrimento ".…”

“…Disponível em: http://memoria.bn.br/pdf/030015/per030015_1992_00161.pdf. ;Coimbra, 1996; Entrevista com GTNM/RJ, em 28 de novembro de 2016.…”