Este estudo tem por objetivo analisar se o risco da empresa é um fator determinante da divulgação dos key audit matters (KAM) reportados nos relatórios de auditoria independente (RAI) no período de 2016 a 2019 das empresas brasileiras listadas na B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão. Foram analisados 1.185 RAIs e 3.339 KAM. Procedeu-se com a análise de conteúdo dos KAM, categorizando conforme as seis classificações da ACCA (2018) – Assuntos Complexos, Assuntos Específicos do Setor, Ativos, Impairments, Passivos e Controles. Posteriormente, sumarizou-se seguindo as categorias propostas por Lennox et al. (2019) e Sierra-García et al. (2019), separando em dois itens: risco ao nível da entidade ou em nível da conta. De modo geral, foi reportado, em média, 2,80 KAM por companhia, e 61,14% da amostra foi auditada por big four. A maior parte dos KAM classifica-se como Assuntos Complexos (30%) e relacionados a risco em nível da conta (87%). Observou-se uma relação positiva entre o risco, mensurado pelo beta da empresa, e os KAM classificados como risco em nível da conta. Por meio da regressão quantílica, descobriu-se também que os auditores tendem a divulgar uma maior quantidade de KAM em empresas maiores, com registro de perdas em anos consecutivos e que apresentam menor alavancagem. Isso demonstra que as características da empresa (especificamente o risco) podem ser consideradas como possíveis determinantes da divulgação dos KAM nos relatórios de auditoria independente das empresas listadas na B3.