Princesas: produção de subjetividade feminina no imaginário de consumo

Idolatria iconoclasta: figurações paradoxais

“…As molduras douradas para bricolagens de imagens impressas comercialmente problematizam o enquadramento ornamental que o classicismo impute às figuras, destacando atributos simbólicos e morais. O vazio da figura de adoração, mote para todo projeto, começou sendo explorado numa pequena estampa de Nossa Senhora da Conceição 1 , a qual se compôs, posteriormente, com desenvolvimento da problemática em torno do colonialismo presente neste tipo de figura (Torelly;Zordan, 2019), no que se institui, via teses, como braço antropológico da pesquisa. Neste aspecto, o dourado, ARJ -Art Research Journal | v. 9, n. 1 | jun.…”

“…Quando me detive na discussão da invisibilidade dos genitais femininos na produção imagética contemporânea, em 2000, as vulvas não eram pop como são hoje. Ter apresentado, na época, questões sobre a invisibilidade do genital feminino, tanto na discussão dos materiais que mostravam esquemas de genitais em revistas femininas (Gomes, 2003) como no trabalho Corpo de Passagem de Vânia Mombach (Zordan;Mombach, 2007), fez com imagens em torno do tema me fossem enviadas. Ao tratar dos genitais femininos em seus aspectos visuais e produzir um primeiro inventário de obras em torno de vulvas e vaginas, recebi, durante uma conversa descompromissada, a informação de que na Califórnia havia um artista que relacionava a forma de Nossa Senhora, a qual me apropriava nas colagens e na discussão levantada em Idolatria Iconoclasta, a vaginas.…”

“…Tanto a figura servil, maternal, confortadora e cheia de sofrimento, dada historicamente como ideal feminino a ser seguido na vida das mulheres, como o feminino sexual aterrador, ambos implicados no tema aqui desenvolvido, demandam análises pormenorizadas, as quais podem desenvolver, a partir do arsenal de pesquisa, muitos outros estudos. Ao descrever como tais figuras operam no modo de vida das mulheres contemporâneas (Zordan, 2008;Zordan, 2016;Zordan, 2019) e ao se estudar como uma imagem produz subjetivações, compreendemos como funciona o discurso visual que a iconografia inventariada propaga.…”