Primeiro relato de Platynosomum spp. em um felino doméstico no estado do Paraná, Brasil

Abstract

Existem poucos trabalhos descritos sobre infecção por Platynosomum spp. em felinos domésticos, e seus sinais clínicos são muitas vezes inespecíficos. Entretanto, essa patologia é de grande importância na clínica felina e deve estar na lista de diagnósticos diferenciais de patologias do aparelho hepatobiliar. As informações retratadas relatam um caso clínico de platinosomíase por meio de características clínicas, hematológicas, ultrassonográficas, necroscópicas e histopatológicas em um felino doméstico, macho, quatro anos de idade, com acesso à rua, com sinais clínicos de hiporexia, prostração, tentativas de vômitos e mudanças na característica das fezes, diagnosticado com platinosomíase, sendo este, o primeiro registro de platinosomíase no estado do Paraná-Brasil.

Icterícia pós-hepática associada à platinossomíase em um gato

“…Casos relatados de platinossomíase no Brasil são ainda pouco frequentes (Filgueira et al, 2008;Azevedo et al, 2013;Gava et al, 2015;Braga et al, 2016;Carvalho et al, 2017;Campos et al, 2018;Lima et al, 2021;Vieira et al, 2021;Silva et al, 2022), e isso se deve principalmente aos sinais inespecíficos da doença e às dificuldades de comprovação diagnóstica (Soldan e Marques, 2011). Na prática, exames coproparasitológicos não são rotineiramente empregados e muitas vezes o parasito é encontrado durante o exame post mortem (Campos et al, 2018).…”

“…A falta de fluxo biliar durante a manobra de Virchow corresponde à obstrução hepática. No presente caso, a obstrução possivelmente estava associada à presença de parasitos conjuntamente com a quantidade intensa de muco no lúmen dos ductos de drenagem biliar (Vieira, 2021).…”

“…Fatores como faixa etária, sexo e estilo de vida do felino estão relacionados com a possibilidade de infecção. Felinos acima de dois anos de idade, fêmeas, criados irrestritamente ou em semiconfinamento, e com hábito de caçar lagartixas apresentam maior incidência de platinossomíase (Soldan e Marques, 2011; Köster et al, 2016;Vieira et al, 2021). O diagnóstico definitivo pode ser realizado por biópsia hepática, visualização de ovos operculados característicos de Platynosomum illiciens em fezes ou bile do paciente (Willard e Fossum, 2005;Michaelsen et al, 2012), apesar de que a visualização de formas adultas do parasito durante o exame post mortem possa também ser elucidativa (Vieira, 2021).…”

“…Felinos acima de dois anos de idade, fêmeas, criados irrestritamente ou em semiconfinamento, e com hábito de caçar lagartixas apresentam maior incidência de platinossomíase (Soldan e Marques, 2011; Köster et al, 2016;Vieira et al, 2021). O diagnóstico definitivo pode ser realizado por biópsia hepática, visualização de ovos operculados característicos de Platynosomum illiciens em fezes ou bile do paciente (Willard e Fossum, 2005;Michaelsen et al, 2012), apesar de que a visualização de formas adultas do parasito durante o exame post mortem possa também ser elucidativa (Vieira, 2021). Portanto, o objetivo deste trabalho foi relatar um caso de icterícia pós-hepática resultante de platinossomíase felina diagnosticado pelo Setor de Patologia, Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais.…”