Prevalência de vacinação contra a influenza em idosos brasileiros com doenças crônicas

Abstract

O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de vacinação contra a influenza em idosos brasileiros, segundo doenças crônicas específicas. Foram considerados os indivíduos com 60 anos ou mais (n = 23.815) participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2013. Estimaram-se as prevalências de vacinação contra a influenza e os respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%). As associações foram verificadas pelo teste qui-quadrado (Rao-Scott) considerando-se um nível de 5% de significância. A prevalência de vacinação contra a influenza nos idosos foi de 73,1% (IC95%: 72,0-74,1) e não houve diferença significativa nas prevalências entre os sexos (p = 0,237). Observaram-se diferenças estatisticamente significativas nas prevalências para os idosos que referiram hipertensão arterial 75% (p < 0,001), diabetes mellitus 76,5% (p = 0,009), doenças do coração 79,2% (p < 0,001) e doença no pulmão ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) 87% (p = 0,001). Os resultados mostraram baixa prevalência de vacinação nos idosos com algumas condições crônicas específicas que possuem recomendação formal para receber a vacina, sugerindo a necessidade de que as campanhas de vacinação extrapolem o recorte etário (idosos) e sejam mais bem direcionadas para estes subgrupos específicos.

Reasons for nonadherence to vaccination for influenza among older people in Brazil

“…Between 2008 and 2016, the goal was 80%, increasing to 90% beginning in 2017 [2,10]. In 2013, a study identified that the prevalence of influenza vaccination among older people was 73.1% and was also lower than 80% among those with specific chronic diseases [11].…”

Doenças crônicas em idosos e vacinação contra a influenza

“…23 Considerando-se as proporções das doenças crônicas, os resultados desta pesquisa devem ser interpretados com cautela, tendo em vista que a amostra foi selecionada em um centro de saúde, o que não garante sua representatividade para todo o município -particularmente quanto às características sociodemográficas dos idosos campineiros. Nesse sentido, as comparações diretas com as prevalências de algumas doenças reportadas na literatura para a população idosa brasileira 13,24,25 e para o município de Campinas 26,27 podem não se mostrar apropriadas. A prevalência de hipertensão arterial observada em idosos, por exemplo, é maior que 50% tanto no Brasil 13,24 quanto em Campinas.…”

“…Em 2013, estimou-se que 51,4% da população brasileira com 60 anos ou mais possuía hipertensão arterial, 18,2% diabetes, 11,8% doenças cardíacas, 4,7% AVC, 5,6% câncer, 5% asma, 3,8% doenças no pulmão ou DPOC e 2,7% insuficiência renal, mas a prevalência de vacinação contra a influenza acima da cobertura esperada (80%) só foi observada naqueles com doenças no pulmão ou DPOC. 13 A recomendação pelos profissionais de saúde e a mídia tem-se associado positivamente com a vacinação, para além da presença de algumas doenças, como a hipertensão arterial e a diabetes. [14][15][16][17][18][19] Destaca-se que o Programa Nacional de Imunizações registra as doses da vacina aplicadas no grupo com comorbidades considerando as faixas etárias, mas esse registro limita-se até os 59 anos de idade, 3 o que dificulta a identificação do percentual de idosos (≥ 60 anos) com doenças crônicas específicas vacinados durante as campanhas.…”

Imunização frente ao contexto do COVID-19

“…A Influenza é uma doença respiratória com importante fator de morbimortalidade em idosos e pessoas com doenças crônicas, cuja complicação mais comum é a pneumonia, sendo Research, Society and Development, v. 9, n. 9, e24996655, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i9.6655 5 a responsável por grandes casos de hospitalizações e óbitos. Dessa forma, a estratégia preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o intuito de prevenir a Influenza e suas complicações é a vacinação, especialmente da população de idosos e doentes crônicos (Bacurau & Francisco, 2019).…”