Prevalência de sintomas de disfunção temporomandibular, fatores associados e impacto sobre a qualidade de vida em usuários da rede de atenção primária à saúde

Abstract

Introdução: Estudos epidemiológicos demonstram elevada prevalência de sinais e/ou sintomas de Disfunção Temporomandibular (DTM) na população adulta. Contudo, poucos estudos avaliaram esta disfunção na atenção primária à saúde. Objetivo: Avaliar prevalência de sintomas de DTM, fatores associados e, impacto sobre qualidade de vida em usuários da rede de atenção primária à saúde da cidade de Maceió/AL. Método: Avaliou-se 108 participantes quanto a presença de sintomas de DTM (índice anamnésico DMF),sintomas sugestivos de ansiedade e depressão (escala Hospital Anxiety and Depression- HAD), e sintomas sugestivos de estresse (Inventário de Sintomas de Stress para Adultos - ISSL); além da qualidade de vida relacionada a saúde oral, avaliada pela versão resumida do Oral Health-related (OHIP-14). Resultados: 55,6% apresentaram sintomas de DTM e 19,4% exibiram necessidade de tratamento. O sexo feminino e o autorrelato de hábitos parafuncionais foram preditores para os sintomas de DTM, e o estresse e hábitos para a necessidade de tratamento. Os sintomas de DTM, mesmo leves, promoveram impacto negativo sobre a qualidade de vida. Conclusão: Desta forma, os resultados apresentados sugerem necessidade de preparo e organização da rede de atenção à saúde, nos diferentes níveis, para garantir acesso e tratamento adequados aos pacientes com DTM e Dor Orofacial.

Assistência ao paciente com disfunção temporomandibular na atenção primária à saúde brasileira: lacunas, desafios e possibilidades

“…Tendo em vista a elevada prevalência e as consequências negativas das DTMs, esta é uma condição clínica relevante para saúde populacional, provavelmente, deve existir uma demanda de pacientes com sintomas de DTM e DOF que procuram por atendimento na APS, porém podem não estar recebendo os devidos cuidados (Paulino et al, 2018, Henrique et al, 2022.…”

“…Estudos recentes sugerem que há uma deficiência de ensino e exposição clínica às DTMs nos currículos de graduação em Odontologia, bem como um excesso de ênfase em conceitos já considerados desatualizados como, por exemplo, a supervalorização de fatores oclusais e etiologia das mesmas (Assis et al, 2015, Simm, & Guimarães, 2013Tormes et al, 2023). Isso reforça a necessidade do aprimoramento do ensino de DOF, área onde as DTM estão inseridas, em todos os níveis de educação, desde a universitária, passando pela pós-graduação e educação continuada, como uma forma de qualificar o atendimento e melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com essas condições (Costa et al, 2021, Henrique et al, 2022.…”

“…Boa parte desses pacientes procura por atendimento na Atenção Primária à Saúde (APS), o que torna evidente a necessidade de que os profissionais que prestam serviços nesses locais saibam identificar, triar e manejar as DTMs de maneira adequada (Kotiranta et al, 2015, Paulino et al, 2018, Henrique et al, 2022. É nesse ambiente que ocorre a primeira etapa da prestação de cuidados com a saúde (Blanco-Hungría et al, 2012), o cenário ideal para garantir que o paciente entenda que o autocuidado é a base para a gestão efetiva dos sinais e sintomas (Durham, 2015).…”

Luxação da articulação temporomandibular: uma revisão narrativa da etiologia ao tratamento conservador ou cirúrgico

“…Portanto, a causa da disfunção temporomandibular (DTM) é multifacetada e raramente está associada a um único fator. Dada sua etiologia complexa, que envolve aspectos biológicos, sociais, ambientais, emocionais e cognitivos, a identificação e controle dos fatores causais são essenciais para o sucesso do tratamento (HENRIQUE, et al, 2022).…”

“…A prevalência de sinais e sintomas de DTM é significativa e varia de acordo com os instrumentos e critérios de diagnóstico utilizados, assim como a população estudada. Estimase que a prevalência média de diagnósticos de DTM varie entre 10-15% na população geral (LIST;JENSEN, 2017). Além disso, diversos estudos indicam que a DTM é mais comum em adultos jovens, principalmente do sexo feminino e solteiros (GONÇALVES, et al, 2010).…”