Abstract:RESUMO: Este artigo discute situações de contato entre o português (língua oral-auditiva) e a língua brasileira de sinais -Libras (língua espaço-visual), com o objetivo de investigar o recurso dos empréstimos linguísticos decorrentes das práticas sociais em que se encontram inseridos surdos falantes de Libras no Brasil. Inicialmente, procede-se a uma breve revisão da literatura acerca dos empréstimos, em português e em Libras. Em seguida, apresenta-se, com base em entrevista feita com uma instrutora surda, des… Show more
“…Durante a história, podemos observar interrelações de línguas orais e línguas de sinais nos seus desenvolvimentos. No caso da Libras, "língua de sinais utilizada pela comunidade surda brasileira dos centros urbanos" (MACHADO; QUADROS, 2020, p. 176), são amplamente reconhecidas as influências que recebeu da língua de sinais francesa (LFS), da língua de sinais americana (ASL) e da Língua Portuguesa (CAMPELLO, 2011;DINIZ, 2011;RODRIGUES;BAALBAKI, 2014;MACHADO;QUADROS, 2020;MARQUES;CANTARELLI, 2020).…”
Section: Introductionunclassified
“…E ao estudar o contato entre uma língua oral e uma língua de sinais, buscamos novamente demonstrar que é falso o mito de que a Libras seria uma versão gestual ou soletração manual do português, como já foi rejeitado por Quadros e Karnopp (2004, p. 31-33) e Gesser ( 2009), e consequentemente, confirmar o que ocorre com outras línguas, que o empréstimo linguístico constitui algo secundário na formação do léxico (SANDMANN apud RODRIGUES;BAALBAKI, 2014BAALBAKI, , p. 1097. Nossa pesquisa, portanto, se volta sobre o estudo do léxico, tal como definido por Basílio (2019Basílio ( [2004, p. 7) levantando as características e propriedades dos sinais, sobretudo daquele possivelmente influenciado por línguas orais.…”
A Libras, principal língua sinalizada no Brasil, compartilha o mesmo espaço geográfico com o português brasileiro e mantém com ele, ao longo da história, vasta interação sociolinguística. O objetivo desta pesquisa é investigar a influência da Língua Portuguesa e outras línguas orais nos sinais da Libras a partir da análise da origem do léxico na Língua Brasileira de Sinais, utilizando como corpus as 4.607 entradas do primeiro volume do Dicionário da Língua de Sinais do Brasil, de Capovilla et alii (2017). Após identificar quatro categorias lexicais quanto à origem: com iconicidade; aparentemente arbitrários; empréstimos de línguas orais; e dêiticos e de apontamento; debruçamo-nos nos empréstimos que poderiam ser subdivididos em datilológicos, inicializados e semânticos. Concluímos que na Libras a maioria dos sinais é de base icônica, 61%, e que apenas uma minoria, de aproximadamente 13% tem influência da Língua Portuguesa, esses últimos adaptados fonologicamente e morfologicamente de uma língua oral-auditiva para uma língua visuoespacial.
“…Durante a história, podemos observar interrelações de línguas orais e línguas de sinais nos seus desenvolvimentos. No caso da Libras, "língua de sinais utilizada pela comunidade surda brasileira dos centros urbanos" (MACHADO; QUADROS, 2020, p. 176), são amplamente reconhecidas as influências que recebeu da língua de sinais francesa (LFS), da língua de sinais americana (ASL) e da Língua Portuguesa (CAMPELLO, 2011;DINIZ, 2011;RODRIGUES;BAALBAKI, 2014;MACHADO;QUADROS, 2020;MARQUES;CANTARELLI, 2020).…”
Section: Introductionunclassified
“…E ao estudar o contato entre uma língua oral e uma língua de sinais, buscamos novamente demonstrar que é falso o mito de que a Libras seria uma versão gestual ou soletração manual do português, como já foi rejeitado por Quadros e Karnopp (2004, p. 31-33) e Gesser ( 2009), e consequentemente, confirmar o que ocorre com outras línguas, que o empréstimo linguístico constitui algo secundário na formação do léxico (SANDMANN apud RODRIGUES;BAALBAKI, 2014BAALBAKI, , p. 1097. Nossa pesquisa, portanto, se volta sobre o estudo do léxico, tal como definido por Basílio (2019Basílio ( [2004, p. 7) levantando as características e propriedades dos sinais, sobretudo daquele possivelmente influenciado por línguas orais.…”
A Libras, principal língua sinalizada no Brasil, compartilha o mesmo espaço geográfico com o português brasileiro e mantém com ele, ao longo da história, vasta interação sociolinguística. O objetivo desta pesquisa é investigar a influência da Língua Portuguesa e outras línguas orais nos sinais da Libras a partir da análise da origem do léxico na Língua Brasileira de Sinais, utilizando como corpus as 4.607 entradas do primeiro volume do Dicionário da Língua de Sinais do Brasil, de Capovilla et alii (2017). Após identificar quatro categorias lexicais quanto à origem: com iconicidade; aparentemente arbitrários; empréstimos de línguas orais; e dêiticos e de apontamento; debruçamo-nos nos empréstimos que poderiam ser subdivididos em datilológicos, inicializados e semânticos. Concluímos que na Libras a maioria dos sinais é de base icônica, 61%, e que apenas uma minoria, de aproximadamente 13% tem influência da Língua Portuguesa, esses últimos adaptados fonologicamente e morfologicamente de uma língua oral-auditiva para uma língua visuoespacial.
“…Como no estudo dos tipos e estilos da cultura material para delinear fronteiras culturais, a paisagem é definida de forma parecida, onde os estudos estilísticos definem barreiras geográficas e sociais (Trigger, 2004). Brasil, devidos aos isolamentos geográficos, as línguas foram se distinguindo (Rodrigues, 2010). Do final do século XIX até início do século XXI, pesquisas interdisciplinares, envolvendo linguística, antropologia, história, etnografia e arqueologia se voltaram para a população de filiação linguística Jê na região Sul e Sudeste do Brasil (Mota, 2016).…”
Section: Tradição Itararé Taquara E Arqueologia Histórico Culturalunclassified
Esta pesquisa teve objetivos com diferentes temáticas, com arcabouços teóricos e metodológicos próprios. Isso gerou mais de um tipo de resultado que, no entanto, conversam entre si. Dentre os objetivos do trabalho estão um levantamento bibliográfico sobre os sítios arqueológicos do alto e médio Vale do Rio Ribeira de Iguape na porção do Estado de São Paulo, focando na localização e características dos diferentes tipos de sítio e em locais com potencial de estudo. Uma Modelagem Preditiva Arqueológica (MPA) em três municípios do alto Vale (Apiaí, Iporanga e Itaóca), com um tutorial para auxiliar pesquisas voltadas em modelagens preditivas no ArcGis. A escavação do sítio arqueológico Paredão Consteca localizado em Iporanga (SP). As análises dos registros arqueológicos coletados durante a escavação que contam com artefatos líticos e cerâmicos, este da Tradição Itararé Taquara. Uma apresentação sobre as diferentes indústrias líticas encontradas no sítio, salientando a indústria em calcário que não é um material comum nas indústrias líticas e, por último, uma discussão sob a cerâmica Itararé Taquara. Os resultados mostram-se pertinentes, pois proceder com dados sobre a ocupação desta região pode ajudar na discussão a respeito do Vale do Ribeira como possível local de fronteira entre as regiões sudeste e sul do Brasil, além de esclarecer diversas questões sobre o contato entre o interior e a costa em tempos pretéritos. Palavras chave: Vale do Ribeira, modelagem preditiva arqueológica, Tradição Itararé Taquara, sitio arqueológico Paredão Consteca.
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