Práticas obstétricas hospitalares e suas repercussões no bem-estar materno

Abstract

RESUMO Objetivo Analisar a associação das práticas assistenciais realizadas por profissionais obstétricos com os níveis de bem-estar/mal-estar materno. Método Estudo quantitativo, realizado em uma Unidade de Pré-Parto/Parto/Pós-parto de um Hospital de Ensino com puérperas de parto normal. Foi realizada associação entre as práticas obstétricas e os níveis de bem-estar/mal-estar materno. Resultados Participaram 104 puérperas. As práticas obstétricas que trouxeram mal-estar as parturientes e que obtiveram significância estatística foram: realização de amniotomia (p=0,018), realização de episiotomia (p=0,05), adoção de posições horizontalizadas no período expulsivo (p=0,04), a não utilização de tecnologias não invasivas de cuidado (p=0,029) e o não contato pele a pele mãe-filho (p=0,002). Para a maioria das mulheres, a presença de acompanhante favoreceu o bem-estar, mesmo não tendo uma associação significativamente estatística. Após a realização de regressão logística a não realização de amniotomia foi a única variável que se mostrou significância no bem-estar materno. Conclusão Práticas obstétricas humanizadas têm maior potencial de promover bem-estar materno. Nota-se a importância da enfermeira obstétrica na realização de práticas que proporcionam maior bem-estar às parturientes.

Refletindo sobre a importância da política nacional de humanização na atenção materno-infantil

“…A humanização obstétrica nasce conforme os seguimentos previstos na diretrizes que regem a PNH e em consonância com a PHPN e Rede Cegonha que emerge como um complemento a PHPN, para fins de proporcionar e assegurar os diretos da mulher de acesso ao alojamento em conjunto, a uma maternidade segura, a presença de um acompanhante, autonomia da escolha da mulher, qualidade no atendimento, do pré-natal e do encaminhamento ao parto (Alvares, et al, 2020).…”

Partos atendidos pela enfermagem obstétrica em um hospital público de saúde: análise de dados

“…É importante destacar o uso de intervenções que foram usados no trabalho de parto em fase expulsiva, correspondentes a 61% do total de mulheres. A amniotomia foi usada em 30% da amostra desse estudo, corroborando com o estudo de Alvares et al 18 em que a realização da amniotomia aconteceu em 39,4%. É indicada quando a bolsa amniótica prolapsa para dentro da vagina, não permitindo a evolução do TP e impedindo a descida da apresentação, devendo ser realizada quando a apresentação cefálica se encontre no terceiro nível do plano de Hogde, para prevenir o prolapso do cordão umbilical, redução transitória do fluxo sanguíneo fetal, alterações no padrão da frequência cardíaca fetal e redução do líquido amniótico 19 .…”

“…Corroborou-se assim com outro estudo envolvendo enfermeiros obstetras na assistência ao parto, no qual o clampeamento do cordão umbilical foi oportuno em 76% dos casos, o contato pele a pele mãe e filho foi propiciado em 70,2% e em 86,5% houve incentivo ao aleitamento materno na primeira hora de vida. O contato pele a pele e o incentivo ao aleitamento proporcionaram ao recém-nascido, respectivamente, 5,293 e 1,072 vezes mais chances de apresentar bem-estar 18 . Um estudo realizado no Rio de Janeiro em 2015 evidenciou que 82% dos partos atendidos por enfermeiros obstetras incentivaram o aleitamento materno logo após o nascimento, mostrando que a enfermagem obedece às recomendações mundiais e se preocupa em oferecer o melhor cuidado possível ao binômio mãe-bebê 25 .…”

O vivido do parto vaginal pela fenomenologia heideggeriana: contribuições para a enfermagem obstétrica

“…Tal situação é alvo da necessidade urgente de reestruturação no modelo de atenção ao parto com a enfermagem obstétrica, que busca romper as barreiras do modelo de atenção hegemônico e biomédico, para a satisfação e o bem-estar materno na parturição. Estudo realizado com puérperas no Mato Grosso revelou que a satisfação com a assistência recebida no pré-natal e no parto se deu com o recebimento de informações sobre como seria o trabalho de parto, parto, pós-parto e com a escolha do acompanhante no momento do parto (Alvares, et al, 2020).…”