Práticas Integrativas e Complementares: inserção no contexto do ensino Odontológico

Abstract

O presente estudo visa discutir a inserção de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) nos modelos flexneriano e giesiano, e seus reflexos na formação superior em Odontologia. Para tal, foi realizado um estudo reflexivo baseado em revisão de literatura. Foram consultadas publicações indexadas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online e Biblioteca Virtual em Saúde. Documentos oficiais e periódicos não indexados foram investigados por meio de busca ativa. Os descritores aplicados foram: práticas integrativas e complementares, complementary and integrative practices, relatório flexner, flexner report, relatório gies, gies report, Odontologia de mercado, market dentistry, modelo assistencial em saúde. Observou-se que as características e concepções inseridas nos modelos provenientes dos relatórios Flexner e Gies, de 1910 e 1926 respectivamente, privilegiam a prática dita tecnológica, com a exclusão das práticas tradicionais. As PIC, apesar de seu potencial terapêutico, enfrentam, ainda, resistências de ordem científica, econômica e cultural para sua plena adoção. Nessa lógica, discutem-se os atuais desafios, bem como possibilidades e potencialidades da inserção de PIC na atenção odontológica.

Evidências do uso de fitoterápicos na odontologia: Uma revisão de literatura

“…Mesmo com a pujança de pesquisas que dão respaldo a utilização dos fitoterápicos, bem como com a regulamentação própria do Ministério da Saúde e do Conselho Federal de Odontologia, ainda há uma resistência por parte dos profissionais da odontologia à indicação e prescrição dos fitoterápicos, ocasionada por dois aspectos: a ausência de conhecimento sobre as opções terapêutica se a falta de capacitação (Organização Mundial da Saúde, 1978;Brasil, 2006;Conselho Federal de Odontologia, 2008;Gonçalves, et al, 2018;Haraguchi, et al, 2020). Além dos comprovados benefícios dos fitoterápicos, sua indicação pelos cirurgiões-dentistas pode ampliar o diálogo com seus pacientesos quais muitas vezes já fazem uso dessas opções, porém não as comunica ao profissional de saúde.…”

“…O alecrim também foi utilizado na composição de uma pasta de dentes experimental por Valones (2019), os quais relataram que o R.officinalis foi eficaz no controle do sangramento gengival e no combate da proliferação bacteriana, em comparação com os resultados obtidos em um creme dental convencional. Em estudo similar, Gonçalves (2018), desenvolveram dentifrícios para uso adulto, cujos ativos apresentaram importante atividade antibacteriana, quando comparado com os padrões.…”

Habilitação em terapia floral para cirurgiões-dentistas: uma análise por estados e regiões brasileiras

“…A escassez de cursos em Terapia Floral pode ser justificada devido a pouca procura dos profissionais, principalmente por falta de conhecimento sobre essa terapia em Odontologia. Observa-se que o conhecimento dos estudantes de odontologia de Universidades públicas sobre as terapias integrativas e complementares é baixo, tendo em vista que as grades curriculares das faculdades de odontologia no Brasil não contemplam o ensino dessas práticas 14 . Portanto, uma forma de difundir essa técnica, seria a inserção de disciplinas na graduação em Odontologia.…”

O Contexto Da Doença Periodontal No Cenário Pandêmico: A Possível Correlação Entre Periodontite E Covid-19

“…As PIC´S compreendem uma visão extensa no processo de saúde-doença, As PIC´S atuam como coadjuvantes de tratamento convencionais, apresentam um vínculo terapêutico, neste sentido, percebe-se uma dívida no campo da odontologia para com seus profissionais, a formação acadêmica odontológica, não prioriza as disciplinas relacionadas ao social, sendo 90% do tempo de estudo do graduando dedicado a aprender a tratar a doença somente como dano para saúde (NOLL GONÇALVES et al, 2018) De acordo com estudo publicado em 2018, a distribuição do ensino das PIC´S na área da saúde é liderada por medicina, com 31% do total, em seguida farmácia com 22%, enfermagem com 14%, terapia ocupacional com 7%, educação física, psicologia e saúde coletiva cada uma com 5%, medicina veterinária com 4%, sendo que fonoaudiologia, biomedicina e ciências biológicas, juntamente com a odontologia somam 7% da oferta total (NASCIMENTO et al, 2018). A acupuntura é capaz de aliviar a dor, porém não trata a causa do problema, pelo seu mecanismo de analgesia, colabora com a diminuição do consumo de medicamentos, o que é muito válido para idosos, ou pacientes com condições de saúde debilitadas, que necessitam consumir vários tipos de fármacos.…”