2013
DOI: 10.11606/issn.1981-0490.v16i1p9-23
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Prática de gestão e controle da subjetividade dos trabalhadores: a ideologia de encantamento em uma empresa de varejo

Abstract: Este artigo apresenta um estudo de caso realizado em uma empresa do ramo de varejo e aborda a relação entre as práticas de gestão organizacionais e o controle da subjetividade dos trabalhadores. A pesquisa é de natureza qualitativa e está fundamentada em observações, entrevistas, registros fílmicos e análise documental. Os dados foram analisados de acordo com a técnica de análise qualitativa de conteúdo proposta por Bardin. A discussão teórica fundamenta-se nas contribuições de autores da Psicossociologia e da… Show more

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“…A partir de Hughes (1951), a reflexão de Lhuilier (2005) sobre a dimensão da delegação, que constitui a noção de trabalho sujo, pode ser útil para compreendermos a construção simbólica dessas atividades, ao afirmar que muitos tabus e escrúpulos morais estão relacionados ao fato de que determinadas atividades são "empurradas" para aqueles que não podem recusá-las, aqueles que não estão em condições de escolher. Conforme afirmamos anteriormente, trabalhadores e trabalhadoras vivem com medo e se sujeitam a relações de submissão e humilhação no trabalho (Dejours, 1987;Jost et al, 2014), diante da possibilidade de perder a mínima segurança social que o trabalho pode oferecer. Nesse sentido, o trabalho do migrante parece ser considerado, em situações específicas que envolvem tarefas, condições e situações desqualificadas e desvalorizadas, como um "trabalho sujo" (Hughes, 1951), atravessado também por xenofobia, preconceito racial e socioeconômico (Barros, 2017).…”
Section: A Precariedade Transnacional: O Caso Dos Migrantes Haitianos...unclassified
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“…A partir de Hughes (1951), a reflexão de Lhuilier (2005) sobre a dimensão da delegação, que constitui a noção de trabalho sujo, pode ser útil para compreendermos a construção simbólica dessas atividades, ao afirmar que muitos tabus e escrúpulos morais estão relacionados ao fato de que determinadas atividades são "empurradas" para aqueles que não podem recusá-las, aqueles que não estão em condições de escolher. Conforme afirmamos anteriormente, trabalhadores e trabalhadoras vivem com medo e se sujeitam a relações de submissão e humilhação no trabalho (Dejours, 1987;Jost et al, 2014), diante da possibilidade de perder a mínima segurança social que o trabalho pode oferecer. Nesse sentido, o trabalho do migrante parece ser considerado, em situações específicas que envolvem tarefas, condições e situações desqualificadas e desvalorizadas, como um "trabalho sujo" (Hughes, 1951), atravessado também por xenofobia, preconceito racial e socioeconômico (Barros, 2017).…”
Section: A Precariedade Transnacional: O Caso Dos Migrantes Haitianos...unclassified
“…Atualmente, por exemplo, vemos o controle do tempo e do ritmo, determinados pela organização do trabalho, daí a exaustão e o controle do trabalhador, que pode operar a qualquer hora, no ritmo definido pelas tecnologias de gestão e de produção, amparado até por substâncias químicas que sustentam seu ritmo laboral. Os cenários de precarização do trabalho e o medo do desemprego desaguam nas relações de submissão e humilhação no trabalho (Dejours, 1987;Jost et al, 2014). As lutas pela emancipação no trabalho e a presença combativa dos sindicatos, visando mudar e democratizar as relações de trabalho (Santos, 2010), apresentam-se cada vez mais desafiadoras.…”
unclassified
“…A convocação subjetiva passa a ser uma técnica utilizada no Biopoder e encontra seu paralelo no gerencialismo (Hypolito, Vieira, & Pizzi, 2009): os trabalhadores são mobilizados, internamente, a alcançarem os objetivos da produção, tendo seus desejos e angústias captados e colocados a serviço da organização, transformando energia libidinal em força de trabalho (Gaulejac, 2007). No gerencialismo, não existe a necessidade de um controle constante e concreto; o "você deve" é substituído pelo "é preciso" e, ao trabalhador, é introjetada a noção de ser parte integrante e voluntária desse processo (Horst et al, 2013).…”
Section: Controle Subjetivo E Difusounclassified
“…Para manter a mobilização a seu favor, a empresa vai além da gratificação financeira, oferecendo aos trabalhadores um objetivo mais nobre do que o dinheiro: o sucesso pessoal (Gaulejac, 2007). Vende-se ao sujeito a possibilidade de trabalhar para se tornar um vencedor (Horst et al, 2013). Assim, tornar-se bem-sucedido torna-se um ideal: "Foi um momento que vi a equipe dando o sangue (...) eu trabalhava das 9h da manhã às 10h da noite (...) queria que aquela venda fechasse, queria tá junto" (Mariana, 41 anos).…”
Section: Controle Subjetivo E Difusounclassified