ResumoA metodologia dialética propõe um ensino de dupla mão (professor-aluno) que provoque a aprendizagem por meio de tarefas contínuas dos sujeitos. Para isso, o professor assume o papel de mediador e dirige as diferentes atividades. Nesse contexto, a Fisiologia do Exercício é uma disciplina academicamente orientada que está inserida em um ambiente dinâmico, e a utilização de estratégias de ensino se faz necessária para otimizar a apropriação do conhecimento de forma ativa, além de contribuir para a maior autonomia dos estudantes universitários. Portanto, o objetivo do presente estudo foi o de utilizar diferentes estratégias de ensinagem por meio de atividades propostas aos alunos na disciplina de Fisiologia da Atividade Motora I da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo e correlacionar o desempenho do aluno com a sua participação nessas atividades propostas. Nossos principais achados demonstram correlações signifi cativas e positivas entre a presença nas aulas e o desempenho nas avaliações (p < 0,0001; r = 0,84), bem como entre a realização das atividades propostas e o desempenho nas avaliações (p < 0,0001; r = 0,69). Em conjunto, esses dados sugerem que a utilização de diferentes estratégias de ensinagem baseadas na metodologia dialética com a ativa participação dos alunos é essencial para um bom rendimento acadêmico, sendo altamente recomendada para o ensino da Fisiologia do Exercício.
PALAVRAS-CHAVE: Esporte; Educação física; Ensino.Os elementos principais de discussão da ação docente são o ensino e a aprendizagem. Apesar de considerarmos que essas ações devam ocorrer conjuntamente no decorrer do desenvolvimento de uma disciplina, muitas vezes elas ocorrem disjuntas 1 . Segundo ANASTASIOU e ALVES 1 , isso decorre da visão tradicional de que ensinar seria o equivalente a exposição ou apresentação de um conteúdo pelo docente (metodologia expositiva) e caberia ao aluno aprendê-lo ou não. Nesse contexto, o professor seria o responsável por explicar o conteúdo, cabendo ao aluno assistir as aulas e memorizar o conteúdo exposto. Diante dessa visão, o docente seria o detentor do conhecimento teórico-prático que vai traduzir ao aluno. Por sua vez, o aluno seria um assistente passivo das explanações do professor. Embora esse modelo de ensino ainda vigore na maioria dos cursos de graduação e tenha sido vivenciado pela grande maioria dos docentes que hoje atuam no ensino superior, o mesmo parece não ser o mais efetivo para o processo ensino-aprendizagem. Em contraste, o uso de estratégias pedagógicas que tratem a ação de ensinar em sua abrangência, que vai desde a intencional de ensinar do professor até a de apreensão e apropriação do conhecimento por parte dos alunos, tem sido utilizadas para a efetivação do ensino [1][2][3] . O termo "ensinagem" propõe uma situação de ensino na qual o professor considera em suas estratégias