Apresentamos um protocolo de pesquisa elaborado com o intuito de investigar a função sintática dos sintagmas adposicionais. Essa ferramenta destina-se à coleta de dados em pesquisas já realizadas sobre esses sintagmas. A fim de ilustrar o uso da metodologia proposta, fornecemos exemplo de aplicação prática em descrições da língua indígena Apyãwa/Tapirapé (família tupi-guarani). O protocolo é composto de vinte e cinco perguntas, de natureza morfológica, sintática, pragmática, semântica e terminológica, voltadas a responder, inicialmente, a um questionamento principal — como os sintagmas adposicionais têm sido tratados nas pesquisas: argumentos ou adjuntos? Posteriormente, incluímos a categoria “predicado” em nosso questionamento, função também presente nas descrições e análises linguísticas. A elaboração do protocolo amparou-se em subsídios teóricos de natureza tipológica e funcionalista. Entre eles, trabalhamos com uma hipótese de diferenciação entre as funções identificadas, baseada no conceito de protótipo linguístico, isto é, de que alguns membros de uma categoria exibem o maior número de propriedades que caracterizam a classe a que pertencem e que a diferenciação entre eles não é absoluta. Essa visão é explicitada no documento, ao propormos uma escala entre predicado, argumento e adjunto para a classificação dos sintagmas adposicionais, tomando como base as características formais e funcionais identificadas nas línguas pesquisadas. De acordo com os resultados que essa abordagem metodológica propicia, é possível verificar se as pesquisas que tratam de tais sintagmas fornecem critérios para compreendermos a distinção entre as funções de predicado, argumento e adjunto e se tais critérios permitem generalizações tipológicas. Esperamos, assim, contribuir para a identificação e possível proposição de padrões gramaticais comparáveis translinguisticamente, e também auxiliar na padronização de pesquisas sobre o tema.