“…Efeitos da digitalização da informação, da multiplicação e sofi sticação das bases de dados, no que diz respeito à memória, fazem-se sentir: a) Nas rotinas produtivas das redações jornalísticas, com a crescente facilidade de consultas e apropriação de informações em bases de dados internas e externas ao veículo, alargando as oportunidades de incorporação de informação memorialística como elemento de criação de contexto e aprofundamento à cobertura jornalística; b) Nos modelos de negócios, com possíveis incorporações de elementos de memória como parte do negócio estabelecido para os jornais on-line, não apenas através dos modelos mais simples (e talvez já superados) de acesso seletivo e pago à informação pregressa, mas principalmente com a criação de novos produtos com repercussões positivas no plano da atração e fi delização de audiências; c) Na produção de formas narrativas diferenciadas, com distintos modos de incorporação de memória (background, contexto, contraposição etc), em seus diferentes formatos (áudio, vídeo, fotos, textos, fac-símiles etc); d) Nas formas de interação com o usuário, que passa a dispor de recursos para investigar, no próprio site do jornal, aspectos históricos em torno do material de Atualidade que lhe é oferecido, bem como, eventualmente, personalizar sua memória em espaços do próprio site jornalístico que utiliza (Palacios, 2008), através de clipagens, criação de arquivos temáticos personalizados ou utilização de ferramentas de indexação on-line (Digg, Delicious, Flickr etc).…”