O presente artigo aborda o processo de devastação da Mata Atlântica na região do Extremo Sul da Bahia. O objetivo deste artigo é estabelecer como o desenvolvimento socioeconômico do Extremo Sul da Bahia em sua fase inicial de formação regional, entre 1950 e 1970, é resultado da ação dos agentes econômicos promotores da devastação ambiental sem paralelo na história deste território, a saber: a indústria extrativista madeireira e a pecuária bovina extensiva. Não resta dúvidas que a destruição ambiental do Extremo Sul baiano foi resultado da ação antrópica. Mas imputar, abstratamente, os processos coetâneos de desenvolvimento econômico e devastação ambiental à ação humana é abstrair das forças concretas reais que conduziram à situação de devastação. Na região do Extremo Sul da Bahia a devastação foi resultado da expansão e acumulação do capital, personificado nas atividades econômicas supracitadas, sobre espaços não plenamente integrados dos circuitos da economia capitalista. A referência teórica da investigação é materialismo histórico-dialético. A pesquisa é de natureza qualitativa, com base em fontes históricas bibliográficas, estatísticas, jornalísticas e de órgãos oficiais de governo. Os achados da pesquisa demonstram que a integração econômica da região baiana ao circuito dinâmico da economia do Sudeste brasileiro, sobretudo, após a conclusão da pavimentação asfáltica da BR-101 (1973), tem o condão de intensificar a produção de mercadorias e, portanto, de riqueza na região e, com isso, a ampliação contínua do capital e sua correspondente acumulação.