Este trabalho busca apresentar alguns dos muitos artistas indígenas contemporâneos brasileiros e como suas falas, músicas e lutas diárias se conectam intimamente às discussões sobre políticas linguísticas pró línguas indígenas no Brasil. A partir das falas dos artistas em entrevistas sobre suas motivações e experiências procuro fazer pontes com as discussões acadêmicas e teóricas sobre os processos de apagamento histórico das línguas e modos de ser indígena, e os projetos de resgate e revitalização destes na perspectiva dos estudos de políticas linguísticas. Apresento um breve histórico do embate entre a língua portuguesa e as línguas indígenas no Brasil, e alguns pontos das discussões sobre as relações entre novas tecnologias e povos originários. Os artistas e ativistas têm cada vez mais protagonizado suas lutas em seus próprios termos, e sendo a música uma arte acessível, eles têm levado suas línguas e práticas a espaços de onde eram historicamente excluídos. Considerando a importância do protagonismo dos sujeitos das próprias comunidades envolvidas nos debates e desenvolvimentos de iniciativas de políticas linguísticas, proponho que permaneçamos atentos à essa dimensão artística e seu poder de divulgação e revitalização de línguas indígenas.