Política, religião e gênero nas Ilhas Maldivas

Abstract

Nas Ilhas Maldivas, há um nítido contraste entre, por um lado, o turismo organizado geralmente por agências internacionais de viagem voltado para ilhas ocupadas por hotéis luxuosos ou resorts, até pouco tempo a única forma de turismo permitida no país, e por outro, o turismo independente, recentemente permitido para a visitação de ilhas habitadas basicamente por pescadores. Uma legislação específica regulamenta as atividades nas ilhas-resorts, de cunho liberal, diferente daquela mais conservadora e baseada em preceitos islâmicos que regulamenta as relações sociais no restante do país. Essa dualidade – um país, duas legislações – pode ajudar a compreender a configuração histórica particular das relações de poder, assim como as interpretações das formas da experiência da religiosidade e as expressões de gênero, que estão na base da legitimação de ideologias conflituosas de elaboração da identidade nacional maldívia.

Corpo, sexo e gênero: alternativas heterotópicas transmodernas para um mundo melhor

“…Assim como no Irã, os casais de namorados mais jovens aproveitam que a legislação permite casamentos de um dia para manterem assim relações sexuais dentro da legalidade, driblando inclusive a exigência da virgindade feminina -o que faz das Maldivas o país com a maior proporção de pessoas divorciadas do mundo. A homossexualidade é pouco comentada, mas percebe-se o uso que rapazes homossexuais fazem dos grupos de dança para a expressão de sua sexualidade e as trocas de ideias com turistas nas ilhas habitadas por nativos/as agora abertas ao turismo, como relatei em outro texto (Gontijo, 2019).…”

“…Nessa parte, evitarei elencar as referências bibliográficas que respaldam algumas afirmações, já que se encontram devidamente citadas nos textos que publiquei ou estão em fase de edição sobre os assuntos tratados(Gontijo, 2018a(Gontijo, , 2019(Gontijo, , 2020(Gontijo, , 2021a2021b).…”

Faire de l’anthropologie engagée pour une utopie émancipatrice : Quelques propos sur la diversité sexuelle et de genre à partir du Sud global

“…Ce sont là quelques-unes des questions qui guident les recherches ethnographiques multi-situées que je mène depuis un peu moins d'une dizaine d'années dans et sur le système-monde, particulièrement en Amérique latine (Brésil), en Europe de l'est (Moldavie et Ukraine) et en Asie centrale et du sud (Îles Maldives, Iran, Kazakhstan, Kirghizistan et Mongolie). Ces recherches, réalisées avec un financement du Conseil National pour le Développement Scientifique et Technologique brésilien (CNPq), comprennent des observations directes, des entretiens, des analyses de documents officiels et l'étude des collections de musées et des monuments publics, entre autres techniques (Gontijo 2018(Gontijo , 2019a(Gontijo , 2019b(Gontijo , 2021Gontijo et al 2021).…”

Diversidade sexual e de gênero, geo(necro)política e alternativas heterotópicas: Um mundo melhor (ainda) é possível?

“…Osuri (2008) usa "geo/necropolitics" num sentido um pouco diferente do proposto aqui para caracterizar as históricas relações de dominação da Austrália sobre o Timor Leste baseadas na raça.24 Nessa parte, evitarei elencar as referências bibliográficas que respaldam algumas afirmações, já que se encontram citadas nos textos que publiquei ou estão em fase de edição sobre os assuntos tratados(Gontijo, 2018a(Gontijo, , 2019b(Gontijo, , 2020(Gontijo, , 2021a 2021b).…”