O contextualismo social – ou história social da Teoria Política – é um método de leitura e análise de textos que tem como intuito interpretar de forma mais substantiva e completa as ideias de teóricos da política, sendo esses compreendidos como “atores” políticos, engajados nos conflitos e problemas sociais da época e do lugar em que viveram. Tal abordagem metodológica parte da premissa de que não é possível compreender adequadamente o significado de um texto de Teoria Política sem considerar o seu contexto imediato de produção, considerando necessário somar, à análise textual, conhecimentos sobre a biografia, bem como dos aspectos políticos, econômicos e culturais da sociedade em que o autor viveu e escreveu. O presente trabalho consistiu na aplicação do referido método à leitura do ensaio “Verdade e Política” (1967) escrito por Hannah Arendt, procurando investigar se realizar a contextualização social da autora altera o entendimento a respeito do significado do texto. Em comparação com a abordagem normativa, ou textualista, de leitura de textos clássicos da Teoria Política, os resultados obtidos com essa pesquisa levaram a questionar a imprescindibilidade da contextualização social para uma interpretação adequada da mensagem contida nesse ensaio.