Política linguística e o funcionamento discursivo do livro didático Cercanía Joven

Abstract

Neste estudo nos propomos a análise dos pareceres CNE/CEB n. 08/2007 e n. 15/2015 e da Lei 11.161/2005, que versam sobre o oferecimento de Espanhol como língua estrangeira, bem como da coleção de livros didáticos de língua espanhola Cercanía Joven (2013), pensada para o ensino médio brasileiro. Inscrita nos fundamentos teóricos da História das Ideias Linguísticas, que nos dão base para a compreensão da língua como saber e objeto de saber e para o seu processo de gramatização, o foco desta investigação é refletir em que medida esses instrumentos linguísticos estão articulados e pensados para a formação do cidadão brasileiro com escolarização média. Nesse sentido, neste trabalho objetivamos compreender: a) como esses documentos linguísticos são entendidos e aprendidos pelos autores do livro didático, constituindo seu imaginário em relação à necessidade de se aprender Espanhol na Escola; b) em que medida esses documentos modelam a produção de livros didáticos para o ensino de Espanhol; c) como a coleção de livros didáticos Cercanía Joven (2013) apresenta a Língua Espanhola e expressa em seu conteúdo as determinações expressas nas políticas linguísticas e educacionais vigentes; d) como esse livro didático constitui um saber sobre a língua espanhola e a cultura dos povos que tem o espanhol como língua oficial, domesticando as diferenças linguísticas existentes, afetando como o brasileiro projeta a imagem desses falantes de espanhol no mundo e, simultaneamente, constrói um imaginário sobre essa língua para o aprendiz.