“…Tal processo nos ajuda a entender a mudança de rumo na questão sociológica e nos procedimentos metodológicos ocorrida nos estudos sobre o empresariado brasileiro, marcada pela análise da força política das entidades de representação empresarial. Os trabalhos de Diniz e Gomes acima citados, os de Costa (1999) e Leopoldi (2000) são marcos dessa mudança.…”
Section: Os Empresários Enquanto Elite E a Política Na Literaturaunclassified
Introdução: O uso da expressão “elite” está presente desde as primeiras obras até as pesquisas mais recentes sobre a relação entre empresariado e os diversos âmbitos da política no Brasil. Este artigo propõe uma revisão crítica dessa literatura como forma de verificar as implicações desse uso na construção de uma nova agenda de pesquisas. Materiais e métodos: Foram analisadas 80 obras entre livros e artigos publicadas desde meados da década de 1960 ao final da década de 2010 sobre o Brasil e outros países da América Latina. Os trabalhos foram selecionados a partir de sua contribuição para o estudo dos empresários como elite. Resultados: Verificou-se que uma parte significativa dessa literatura utiliza a expressão elite de forma pouco rigorosa, enquanto para outra parte a expressão comporta referências a questões e métodos que caracterizam os estudos de elites. Isso indica a presença de uma agenda de pesquisa diversificada e perene, ainda que difusa. Além disso, há uma dinâmica semelhante quando analisamos alguns estudos sobre outros países latino-americanos. Discussão: Apesar da natureza difusa dessa agenda, os trabalhos analisados indicam que é possível encontrar contribuições importantes para a caracterização do estado atual deste tipo de pesquisa. Este percurso pela literatura permitiu uma sistematização de questões teóricas, problemas de pesquisa e procedimentos metodológicos que contribuem para o fortalecimento das análises dos empresários enquanto elite e de sua relação com a política.
“…Tal processo nos ajuda a entender a mudança de rumo na questão sociológica e nos procedimentos metodológicos ocorrida nos estudos sobre o empresariado brasileiro, marcada pela análise da força política das entidades de representação empresarial. Os trabalhos de Diniz e Gomes acima citados, os de Costa (1999) e Leopoldi (2000) são marcos dessa mudança.…”
Section: Os Empresários Enquanto Elite E a Política Na Literaturaunclassified
Introdução: O uso da expressão “elite” está presente desde as primeiras obras até as pesquisas mais recentes sobre a relação entre empresariado e os diversos âmbitos da política no Brasil. Este artigo propõe uma revisão crítica dessa literatura como forma de verificar as implicações desse uso na construção de uma nova agenda de pesquisas. Materiais e métodos: Foram analisadas 80 obras entre livros e artigos publicadas desde meados da década de 1960 ao final da década de 2010 sobre o Brasil e outros países da América Latina. Os trabalhos foram selecionados a partir de sua contribuição para o estudo dos empresários como elite. Resultados: Verificou-se que uma parte significativa dessa literatura utiliza a expressão elite de forma pouco rigorosa, enquanto para outra parte a expressão comporta referências a questões e métodos que caracterizam os estudos de elites. Isso indica a presença de uma agenda de pesquisa diversificada e perene, ainda que difusa. Além disso, há uma dinâmica semelhante quando analisamos alguns estudos sobre outros países latino-americanos. Discussão: Apesar da natureza difusa dessa agenda, os trabalhos analisados indicam que é possível encontrar contribuições importantes para a caracterização do estado atual deste tipo de pesquisa. Este percurso pela literatura permitiu uma sistematização de questões teóricas, problemas de pesquisa e procedimentos metodológicos que contribuem para o fortalecimento das análises dos empresários enquanto elite e de sua relação com a política.
“…Outros trabalhos dedicam-se ao comportamento dos empresários frente ao regime político, mas voltam-se para o contexto da transição do regime autoritário de 1964 para a democracia (BOSCHI, 1979;CRUZ, 1992CRUZ, , 1993CRUZ, e 1995CARDOSO, 1993;CODATO, 1997). Por sua vez, as análises que se voltam para as instituições representativas do empresariado nem sempre tomam a relação com as experiências democráticas no Brasil como centro da reflexão, privilegiando o processo de definição da política econômica (MINELLA, 1988;DINIZ e BOSCHI, 1993;LEOPOLDI, 2000;BIANCHI, 2001). Em outro trabalho, analisamos a relação entre o empresariado comercial paulista e o Legislativo Federal durante a democracia brasileira de 1946de -1964de (COSTA, 1998.…”
Section: Relaçaeo Com O Ordenamento Político Globalunclassified
“…Maria Antonieta Leopoldi (2000), por sua vez, verifica que, quando não atingiam os interesses econômicos ou tinham um caráter mais propriamente político, as medidas apenas geravam uma ação "pragmática" por parte do empresariado. Enfim, tais padrões tenderam a variar entre o "alinhamento pragmático", o "enfrentamento e a medição de forças", a "colaboração" e o veto.…”
Section: Marxunclassified
“…Apenas para exemplificar, podemos mencionar os trabalhos deEli Diniz, Renato Boschi (1978, 2000, AryMinella (1988), Maria AntonietaLeopoldi (2001) e RenatoPerissinotto (1994Perissinotto ( e 2000.17 É o caso de, por exemplo, Coronelismo, Enxada e Voto de Vitor NunesLeal (1975). RenatoPerissinotto (2000), considerando a Primeira República, mostra que foi fundamental para o capital cafeeiro, enquanto fração hegemônica, enfrentar não apenas a questão dos "aparelhos econômicos" e dos "aparelhos repressivos", mas também, e sobretudo, do arranjo político-institucional.…”
Associação Comercial deveria ou não transformar-se num grande 'bureau' ?". Questão colocada por um diretor da ACSP, maio de 1988. A Associação Comercial de São Paulo "... não representa especificamente o comércio, como muitos ainda pensam, a indústria, as finanças, pois todas essas atividades têm associações que as representam. Nem mesmo, (...) representa um determinado porte de empresas, se bem que as pequenas e médias empresas sejam, há muitos anos, uma das bandeiras desta Casa, temos em nosso quadro micro, pequenas, médias e grandes empresas. Assim, a nossa vocação tem que ser toda especial, grandiosa e ambiciosa, pois, representar um pouquinho de cada coisa é igual a não representar nada. Quando se representa um pouco do comércio, um pouco de serviços, um pouco de indústrias e um pouco da construção, corre-se o risco de não se estar representando nada". Romeu Trussardi, Presidente da ACSP, novembro de 1990.
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