Com base em um estudo detalhado de Varrão, De re rustica 1,23, e Xenofonte, Oeconomicus 16, o objetivo deste artigo é identificar alguns padrões típicos que poderiam ser úteis para uma análise comparada de certos modos de pensar de longue durée romanos em oposição aos gregos. Em foco estão especialmente os modos de julgar (neste caso, a qualidade de um terreno), que tendem a ser absolutos em Xenofonte e relativos em Varrão. Duma maneira comparável àquela que foi descrita pelo autor num trabalho anterior sobre Políbio e Lívio, manifestam-se diferenças estruturais específicas. Nos textos gregos, os juízos em geral se fazem num quadro predefinido teoricamente, enquanto que nos textos romanos os modos de pensar são mais flexíveis e mais abertos a desenvolvimentos imprevistos. Em termos linguísticos, isso se reflete nas maneiras de usar formas superlativas (nos textos gregos) e comparativas (nos romanos). Em termos de história social, estas diferenças podem ser interpretadas como indicadores de formas diversas da ética de trabalho.