DOI: 10.11606/t.6.2018.tde-10012018-162248
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Poliqueixoso: metáfora ou realidade?

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1

Citation Types

0
0
0
2

Publication Types

Select...
1
1

Relationship

1
1

Authors

Journals

citations
Cited by 2 publications
(2 citation statements)
references
References 0 publications
0
0
0
2
Order By: Relevance
“…Assim, o usuário assume um discurso sobre seu corpo adoecido visando traduzi-lo e, ao mesmo tempo traduzir-se, através de uma infinidade de sintomas resultantes de sua falência orgânica, de sua descrença no presente e igualmente no futuro, da sua condição de expropriação e da conseqüente marginalidade. Aliado à sua hipocondría individual, somase, então, uma hipocondría institucional que bem caracteriza o Sistema de Saúde, o qual, em não alcançando soluções ou medidas eficazes para o sucesso da saúde do sujeito adoecido, vai-lhe condicionando cada vez mais às regras e rotinas do próprio Sistema, favorecendo seu processo de metamorfose de um simples usuário dos serviços públicos de saúde, à condição de poliqueixoso (CHAMMÉ, 1992;2000). É assim que, ao longo de todo o século XX, o binômio saúde/doença ganhou lugar no cenário das Ciências Biomédicas e mereceu atenção crítico-interpretativa por parte de vários outros domínios científicos, com destaque para as Ciências Sociais.…”
unclassified
“…Assim, o usuário assume um discurso sobre seu corpo adoecido visando traduzi-lo e, ao mesmo tempo traduzir-se, através de uma infinidade de sintomas resultantes de sua falência orgânica, de sua descrença no presente e igualmente no futuro, da sua condição de expropriação e da conseqüente marginalidade. Aliado à sua hipocondría individual, somase, então, uma hipocondría institucional que bem caracteriza o Sistema de Saúde, o qual, em não alcançando soluções ou medidas eficazes para o sucesso da saúde do sujeito adoecido, vai-lhe condicionando cada vez mais às regras e rotinas do próprio Sistema, favorecendo seu processo de metamorfose de um simples usuário dos serviços públicos de saúde, à condição de poliqueixoso (CHAMMÉ, 1992;2000). É assim que, ao longo de todo o século XX, o binômio saúde/doença ganhou lugar no cenário das Ciências Biomédicas e mereceu atenção crítico-interpretativa por parte de vários outros domínios científicos, com destaque para as Ciências Sociais.…”
unclassified
“…Como decorrência dessa situação, o diagnóstico da doença é realizado independente do sujeito dela portador e da sua vida, e a terapêutica se reduz a procedimentos de natureza técnica, também alheios ao doente e pautados, sobretudo, em drogas que, muitas vezes, voltam-se contra ele. CHAMMÉ (1992) chama atenção a respeito da forte tendência ao uso de metáforas por poliqueixosos 4 , como um recurso intencional, em busca de um processo interativo e de interlocução do doente e seu médico. Ou seja, esse grupo de pacientes, ao se sentir insuficientemente ouvido e compreendido, sente-se carente de reconhecimento intersubjetivo de seu sofrimento e recorre ao artifício da narrativa metaforizada, para assim, talvez, tentar conseguir que sua queixa seja valorizada.…”
Section: O Espaço Da Subjetividade-o Lugar Do Pacienteunclassified