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O tema que nos interessa abordar se insere no campo da sociologia da educação e aborda as experiências e as representações sociais de usuários, familiar e trabalhadores de saúde sobre a educação popular em saúde mental realizada nos serviços de saúde e comunidade no Brasil no século XXI. A temática adquire relevância no marco da reforma psiquiátrica iniciada no país no último quarto do século XX dado que busca refletir acerca das representações sociais destes atores sobre as experiências de educação popular em saúde mental, assim como as potencialidades e fragilidades para a construção de um sujeito em luta por seus direitos. O objetivo geral da investigação é conhecer e comparar como se configuram as experiências e as representações sociais de usuários, familiar e trabalhadores de saúde sobre a educação popular em saúde mental em três regiões do Brasil (Nordeste, Sudeste e Sul) entre os anos 2010 a 2020. Como respostas têm-se que as experiências de educação popular adquirem perspectivas particulares nas três regiões brasileiras e apresentaram perspectivas diferentes na sua configuração, desde o reconhecimento da reforma psiquiátrica pelos próprios usuários e a importância do engajamento na participação popular, até a mudança de atitudes dos profissionais de saúde perante o cuidado. Quanto às representações sociais encontraram-se pontos peculiares referentes a essa educação popular comumente praticada na área da saúde, desde o envolvimento com a arte e práticas integrativas e complementares, passando pelo combate ao estigma, até o envolvimento com os familiares. A abordagem metodológica é qualitativa, com desenho flexível que se apropria da perspectiva do estudo de caso. Para a reconstrução dos discursos, fez-se a opção de três técnicas: por uma parte, pelas entrevistas com dezesseis (16) indivíduos (usuários, família e profissionais de saúde) de três regiões do país, sendo quatorze (14) do sexo feminino, um (1) do sexo masculino e uma (1) pessoa não binária, sendo que a faixa etária esteve entre os 34 até os 70 anos de idade. Dentre os educadores (profissionais/usuários/familiares) entrevistados têm-se três (3) enfermeiros, três (3) assistentes sociais, um (1) psiquiatra, quatro (4) psicólogos, uma (1) educadora social, uma (1) relações internacionais, duas (2) usuárias, sendo que uma (1) usuária que também já foi gestora, um (1) usuário (com formação em comunicação visual) e uma (1) familiar, que também é assistente social. Além disso, a atuação dessas pessoas na saúde mental é de dois (2) anos a trinta e cinco (35) anos, sendo que sete (7) estiveram à frente de processos de desconstrução do manicômio e construção da reforma psiquiátrica em cidades brasileiras e outros sete (7) atuam em centros de atenção psicossocial atualmente, mas apenas três (3) se articulam politicamente na luta antimanicomial. E, por fim, têm-se dois (2) que militam na saúde mental, sendo um (1) familiar e um (1) usuário. A segunda técnica foram as observações realizadas em uma associação de usuários, familiares, trabalhadores e amigos da saúde mental de um município de pequeno porte. Somando-se à compilação da terceira técnica de coleta de fontes documentais sobre experiências no Brasil acerca do tema, nesse sentido foram encontrados apenas seis (6), a palavra chave utilizada para essa busca foi “educação popular e saúde mental”, para esse fim foi utilizada a Base de Dados Scielo/Bireme. Essas seis experiências compuseram o capítulo dos “Antecedentes”, mas também foram utilizadas no diálogo com os resultados, sendo quatro (4) da região nordeste, um (1) da região sudeste e um (1) da região sul. Para trabalhar os resultados, a tese foi desagregada em duas dimensões de análises: a primeira sobre as experiências de educação popular em saúde mental nos serviços de saúde mental, a segunda sobre a tipologia das representações acerca da educação popular na perspectiva dos entrevistados (profissionais de saúde, usuários e família). A maior parte dos entrevistados, que são profissionais de saúde mental, pertencem ao sexo feminino, bem como uma usuária e a familiar, nesse sentido, é importante pontuar que a maior parte da força de trabalho na saúde é composta por mulheres, são elas que protagonizam a luta antimanicomial, bem como historicamente são as cuidadoras. Trazem que as experiências de educação popular são distintas nas três regiões brasileiras e apresentaram perspectivas diferentes na sua configuração, desde o reconhecimento da reforma psiquiátrica pelos próprios usuários e a importância do engajamento na participação popular, até a mudança de atitudes dos profissionais de saúde perante o cuidado. Quanto às representações sociais encontraram-se pontos peculiares referentes a essa educação popular comumente praticada na área da saúde, desde o envolvimento com a arte e práticas integrativas e complementares, passando pelo combate ao estigma, até o envolvimento com os familiares. Assim, os modos como constroem as representações sociais estão diretamente ligados ao contexto histórico em que estão inseridos, à localidade geográfica, às vivências e subjetividades dessas pessoas e à materialidade da vida. As representações sociais são formas de conhecimento do tipo prático que circulam nos intercâmbios da vida cotidiana e atuam na formação de condutas e na orientação das interações sociais. Na tese, tanto os usuários, famílias e profissionais de saúde, como os gestores atuam, dependendo de quais condições a que estão condicionados, operam ou não no sentido da viabilização de projetos de educação popular em saúde mental. Desta forma, os usuários, família e profissionais de saúde que estão imersos em regiões que promoveram ou promovem o protagonismo das pessoas em sofrimento psíquico (Regiões Sudeste e Nordeste), ou mesmo com condições materiais atravessadas pela luta popular dessas pessoas, tendem a ter representações sociais da educação popular mais propositivas e positivas, o que impacta em suas ações. Isso é diferente no caso daqueles atores que estão localizados em regiões em que a Reforma Psiquiátrica não foi vigorosa (Região Sul): nesse caso não se sentem atraídos pela educação popular e são mais desmotivados para a busca de formas de superação das dificuldades. Essa reflexão também é válida para os gestores, já que encontramos que só serão favoráveis à educação popular em saúde mental se estão inseridos em contextos propícios, progressistas ou mesmo se já foram atravessados por experiências que proporcionaram o contato com essa perspectiva. As conclusões dividiram-se em quatro partes com as recapitulações dos capítulos e, por fim, as reflexões finais. Essa compreensão se estendeu para as próprias experiências, já que as maiores riquezas nessas iniciativas foram encontradas nas regiões Nordeste e Sudeste, pelos mesmos motivos citados anteriormente.
O tema que nos interessa abordar se insere no campo da sociologia da educação e aborda as experiências e as representações sociais de usuários, familiar e trabalhadores de saúde sobre a educação popular em saúde mental realizada nos serviços de saúde e comunidade no Brasil no século XXI. A temática adquire relevância no marco da reforma psiquiátrica iniciada no país no último quarto do século XX dado que busca refletir acerca das representações sociais destes atores sobre as experiências de educação popular em saúde mental, assim como as potencialidades e fragilidades para a construção de um sujeito em luta por seus direitos. O objetivo geral da investigação é conhecer e comparar como se configuram as experiências e as representações sociais de usuários, familiar e trabalhadores de saúde sobre a educação popular em saúde mental em três regiões do Brasil (Nordeste, Sudeste e Sul) entre os anos 2010 a 2020. Como respostas têm-se que as experiências de educação popular adquirem perspectivas particulares nas três regiões brasileiras e apresentaram perspectivas diferentes na sua configuração, desde o reconhecimento da reforma psiquiátrica pelos próprios usuários e a importância do engajamento na participação popular, até a mudança de atitudes dos profissionais de saúde perante o cuidado. Quanto às representações sociais encontraram-se pontos peculiares referentes a essa educação popular comumente praticada na área da saúde, desde o envolvimento com a arte e práticas integrativas e complementares, passando pelo combate ao estigma, até o envolvimento com os familiares. A abordagem metodológica é qualitativa, com desenho flexível que se apropria da perspectiva do estudo de caso. Para a reconstrução dos discursos, fez-se a opção de três técnicas: por uma parte, pelas entrevistas com dezesseis (16) indivíduos (usuários, família e profissionais de saúde) de três regiões do país, sendo quatorze (14) do sexo feminino, um (1) do sexo masculino e uma (1) pessoa não binária, sendo que a faixa etária esteve entre os 34 até os 70 anos de idade. Dentre os educadores (profissionais/usuários/familiares) entrevistados têm-se três (3) enfermeiros, três (3) assistentes sociais, um (1) psiquiatra, quatro (4) psicólogos, uma (1) educadora social, uma (1) relações internacionais, duas (2) usuárias, sendo que uma (1) usuária que também já foi gestora, um (1) usuário (com formação em comunicação visual) e uma (1) familiar, que também é assistente social. Além disso, a atuação dessas pessoas na saúde mental é de dois (2) anos a trinta e cinco (35) anos, sendo que sete (7) estiveram à frente de processos de desconstrução do manicômio e construção da reforma psiquiátrica em cidades brasileiras e outros sete (7) atuam em centros de atenção psicossocial atualmente, mas apenas três (3) se articulam politicamente na luta antimanicomial. E, por fim, têm-se dois (2) que militam na saúde mental, sendo um (1) familiar e um (1) usuário. A segunda técnica foram as observações realizadas em uma associação de usuários, familiares, trabalhadores e amigos da saúde mental de um município de pequeno porte. Somando-se à compilação da terceira técnica de coleta de fontes documentais sobre experiências no Brasil acerca do tema, nesse sentido foram encontrados apenas seis (6), a palavra chave utilizada para essa busca foi “educação popular e saúde mental”, para esse fim foi utilizada a Base de Dados Scielo/Bireme. Essas seis experiências compuseram o capítulo dos “Antecedentes”, mas também foram utilizadas no diálogo com os resultados, sendo quatro (4) da região nordeste, um (1) da região sudeste e um (1) da região sul. Para trabalhar os resultados, a tese foi desagregada em duas dimensões de análises: a primeira sobre as experiências de educação popular em saúde mental nos serviços de saúde mental, a segunda sobre a tipologia das representações acerca da educação popular na perspectiva dos entrevistados (profissionais de saúde, usuários e família). A maior parte dos entrevistados, que são profissionais de saúde mental, pertencem ao sexo feminino, bem como uma usuária e a familiar, nesse sentido, é importante pontuar que a maior parte da força de trabalho na saúde é composta por mulheres, são elas que protagonizam a luta antimanicomial, bem como historicamente são as cuidadoras. Trazem que as experiências de educação popular são distintas nas três regiões brasileiras e apresentaram perspectivas diferentes na sua configuração, desde o reconhecimento da reforma psiquiátrica pelos próprios usuários e a importância do engajamento na participação popular, até a mudança de atitudes dos profissionais de saúde perante o cuidado. Quanto às representações sociais encontraram-se pontos peculiares referentes a essa educação popular comumente praticada na área da saúde, desde o envolvimento com a arte e práticas integrativas e complementares, passando pelo combate ao estigma, até o envolvimento com os familiares. Assim, os modos como constroem as representações sociais estão diretamente ligados ao contexto histórico em que estão inseridos, à localidade geográfica, às vivências e subjetividades dessas pessoas e à materialidade da vida. As representações sociais são formas de conhecimento do tipo prático que circulam nos intercâmbios da vida cotidiana e atuam na formação de condutas e na orientação das interações sociais. Na tese, tanto os usuários, famílias e profissionais de saúde, como os gestores atuam, dependendo de quais condições a que estão condicionados, operam ou não no sentido da viabilização de projetos de educação popular em saúde mental. Desta forma, os usuários, família e profissionais de saúde que estão imersos em regiões que promoveram ou promovem o protagonismo das pessoas em sofrimento psíquico (Regiões Sudeste e Nordeste), ou mesmo com condições materiais atravessadas pela luta popular dessas pessoas, tendem a ter representações sociais da educação popular mais propositivas e positivas, o que impacta em suas ações. Isso é diferente no caso daqueles atores que estão localizados em regiões em que a Reforma Psiquiátrica não foi vigorosa (Região Sul): nesse caso não se sentem atraídos pela educação popular e são mais desmotivados para a busca de formas de superação das dificuldades. Essa reflexão também é válida para os gestores, já que encontramos que só serão favoráveis à educação popular em saúde mental se estão inseridos em contextos propícios, progressistas ou mesmo se já foram atravessados por experiências que proporcionaram o contato com essa perspectiva. As conclusões dividiram-se em quatro partes com as recapitulações dos capítulos e, por fim, as reflexões finais. Essa compreensão se estendeu para as próprias experiências, já que as maiores riquezas nessas iniciativas foram encontradas nas regiões Nordeste e Sudeste, pelos mesmos motivos citados anteriormente.
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