Segundo Egler e Mattos (2012), o petróleo é a indústria símbolo do século XX, um período definido pelo desenvolvimento das tecnologias de comunicação, pela mundialização do capital, pela constituição das redes produtivas e pela abertura de mercados, até mesmo de trabalho. A distância em relação aos mercados consumidores e a dispersão geográfica das jazidas são atributos da indústria petrolífera, e delinearam não somente o progresso tecnológico, como também a formação de uma estrutura institucional propícia a essa conjuntura. Portanto, sendo importante a constituição e proliferação de empresas multinacionais que ofereçam investimentos diretos em outros países e transfiram e aumentem os interesses dos Estados. Estes passam a se localizar em escalas superpostas, extrapolando seus limites e embrenhando territórios de outras nações (VELTZ, 2004).
2Em relação ao Brasil, mais especificamente sobre a Petrobras, da qual pertence a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), é interessante reproduzirmos a posição de Contreras (1994, p. 15):A trajetória da Petrobrás é relevante, sobretudo pela sua qualidade: verticalmente integrada, conglomerada e internacionalizada. O elevado potencial de acumulação de sua atividade-eixo obviamente promoveu sua dinâmica microeconômica típica de grande firma. Entretanto, esta dinâmica, que rompe os limites originais de competência, foi muito catalisada pelo animus privado, schumpeteriano e internacionalizante do projeto de suas elites, que transformaram o grupo estatal numa organização solidária com os interesses do capital privado nacional.