Introdução: Os bloqueadores neuromusculares são fármacos que conferem segurança para a anestesia geral, porém quando não há o retorno espontâneo e completo, no pós-operatório, da função neuromuscular normal, pode-se estar diante de um quadro de bloqueio neuromuscular residual (BNMr), que tem impacto significante na fisiologia das vias aéreas, aumentando os riscos de complicações respiratórias, incluindo hipoxemia. O sugammadex é um agente que reverte a ação do bloqueio neuromuscular desencadeado pelo fármaco brometo de rocurônio, por meio de seu encapsulamento seletivo, entretanto em determinados casos pode ocorrer BNMr por fatores inerentes ao reversor. Deste modo, este estudo buscou avaliar a incidência desses eventos no paciente oncológico com o objetivo de proporcionar maior segurança após a anestesia geral e melhorar o pós-operatório neste perfil de enfermos. Objetivo: Avaliar a incidência do BNMr com uso brometo de rocurônio e sugammadex no pós-operatório em pacientes oncológicos submetidos à anestesia geral na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON). Métodos: Estudo prospectivo, observacional, que avaliou a incidência de BNMr, por meio da sequência de quatro estímulos do TOF-WATCH T4/T1, em pacientes oncológicos submetidos à anestesia geral com uso de brometo de rocurônio e sugammadex. Dados demográficos, variáveis perioperatórias e complicações perioperatórias também foram registrados. Resultados: Foi observado BNMr em 4,2% da amostra e a ocorrência de complicações em 0,8% dos pacientes. Conclusão: Baixa incidência de complicações associadas a BNMr, juntamente com a análise das práticas anestésicas, reflete uma boa eficácia do protocolo anestésico utilizado, ressaltando a importância da dosagem apropriada de reversor específico do brometo de rocurônio na prevenção do BNMr. Ademais, a monitorização do BNMr na sala de recuperação pós-anestésica, com TOF-T4/T1, se mostrou fator de segurança para o ato anestésico.