“…Neste contexto, as crianças em perigo constituem um dos grupos mais vulneráveis da sociedade, com elevados indicadores de exclusão e insucesso escolares (Araújo & Monteiro, 2020;CNPDPCJ, 2022). As situações de perigo suscitam a intervenção protetora de Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), de modo a evitar a intervenção judicial por parte dos tribunais (Tomás e Fonseca, 2004;Carvalho, 2013), tendo por finalidade cessar a situação de perigo, assegurando a recuperação de situações de exploração ou abuso, e garantindo as condições necessárias para o desenvolvimento integral da criança (Autor/es, 2020). Em comparação com a população em geral, os resultados de vários estudos indicam que as crianças abrangidas pelos processos de proteção têm mais problemas com o comportamento e o desempenho académico, abandono escolar prematuro e menor sucesso escolar (Cassarino-Perez et al, 2020;Jackson e Cameron, 2014;Melendro, 2007;Montserrat et al, 2015;Townsend et al, 2023).…”