, J. et al. Mortalidade por doença de Chagas no Estado de São Paulo (Brasil): subsídios para o planejamento da assistência ao chagásico. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 26: 59-65, 1992. Foram analisadas as informações existentes em 1.646 declarações de óbito de residentes no Estado de São Paulo, falecidos em 1987, identificando-se a causa básica segundo as regras de seleção utilizadas internacionalmente. Foram calculados o indicador "Anos Potenciais de Vida Perdidos" e a mortalidade proporcional para a doença de Chagas e para a doença isquêmica do coração, considerando somente a população de 15 a 70 anos. A doença de Chagas esteve presente como causa básica em 0,9% da totalidade dos óbitos do Estado, mantendo tendência já identificada desde 1977. A participação proporcional da doença de Chagas no conjunto dos anos potenciais de vida perdidos do Estado, foi 1,1%, e da doença isquêmica do coração foi de 2,4%, enquanto que em termos de mortalidade proporcional os valores foram 1,2% e 4,0%, respectivamente. A distribuição das pessoas segundo região de residência mostra que o maior número de óbitos ocorreu na Grande São Paulo, enquanto que Ribeirão Preto apresentou o coeficiente mais elevado; 20,8% dos óbitos do Estado ocorreram em municípios diferentes daquele em que a pessoa residia, tendo essa taxa de evasão variado de 17,8% a 29,1% nas diversas regiões. A comparação desses dois subgrupos mostrou uma maior diferença em relação à variável sexo, uma vez que 22,8% dos homens faleceram num município diferente, tendo sido verificado esse fato em 17,4% das mulheres. Confirmou-se a importância desse quadro no Estado de São Paulo, e ao mesmo tempo identificou-se informações relativas à distribuição da doença em várias regiões, quer em termos de se conhecer o risco de mortalidade da população adulta, quer em termos de planejamento de atenção ao chagásico.
Descritores
IntroduçãoCom a tendência, no Brasil, de redução do número de casos novos de transmissão vetorial da doença de Chagas -tendência essa que se concretizou de forma mais intensa no Estado de São Paulo a partir da década de 70 -manifesta-se de forma mais premente a necessidade de se aperfeiçoar o atendimento clínico e cirúrgico ao contingente de pessoas infectadas ou doentes, quer em nível de assistência primária, quer em nível de um atendimento mais especializado 3,4,5 .Nesse sentido, considerou-se como uma das etapas do planejamento de assistência ao chagásico o conhecimento da freqüência de indivíduos chagásicos na população, fato que permite estabelecer um dimensionamento do problema e fornecer elementos para uma futura avaliação.O conhecimento sobre a freqüência dos indivíduos chagásicos tem sido adquirido, no Estado de São Paulo, pelos estudos de morbidade e de mortalidade, estudos complementares que focalizem momentos e aspectos diferenciados da doença de Chagas. Comparando-se os procedimentos efetuados nos dois tipos de estudos, observa-se que as pesquisas de morbidade apresentam maior precisão na definição do indivíduo chagásico, mas, em contrapartida, apesa...