Com a renovação da historiografia da educação; jornais, revistas, periódicos, boletins, almanaques passaram a ser revalorizados por historiadores da educação, na medida em que reconheciam, neste tipo de documentação, possibilidades diversas para acessar e refletir a respeito dos debates promovidos e protagonizados por diversos agentes sociais, tais como professores, gestores, estudantes, grêmios e sociedades profissionais e científicas. Neste artigo, exploro o caso de uma revista produzida nos Estados Unidos da América, entre 1855 e 1881, com circulação no Brasil: The American Journal of Education. Com este estudo, procuro reconhecer a existência de um sistema de trocas de propostas e modelos educacionais, no plano intracontinental, aspecto ainda pouco explorado nos estudos relativos à chamada imprensa pedagógica. Com isto, procuro demonstrar que os circuitos de produção, validação, legitimação e apropriação de discursos que procuram especializar o debate pedagógico são complexos e não podem se reduzir às referências europeias, tampouco desconhecer as ações das instituições, saberes e dos atores sociais interessados em regular o funcionamento do aparato escolar, dentro e fora do Brasil.