“…Recentemente, tive a oportunidade de analisar vários tópicos relacionados com música em Moçambique, com particular foco no período que compreendeu a presidência de Samora Machel (1975-1986). Esses temas incluíram, entre outros aspetos, uma análise aprofundada das práticas de canto coral e de música tradicional (Freitas & Carvalho 2022), a importância e influência dos sistemas de radiodifusão antes e depois da independência (Freitas 2021; Freitas 2022), as políticas editoriais e de produção fonográfica (Freitas 2023), o estatuto social e laboral dos músicos (Freitas 2023a), e até mesmo algumas soluções governamentais alternativas com impacto na música mas que não tiveram prosseguimento (Freitas 2022a). Em alternativa, este artigo centra-se nas primeiras experiências que visaram a promoção e comercialização de música moçambicana fora do país durante a primeira presidência de Joaquim Chissano, por sua vez marcada pela transição de um sistema de partido único para outro de cariz multipartidário (1987-1994), aproveitando, no processo, o interesse gerado pela então recém-criada categoria World Music.…”