Objetivo: Identificar e avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico de fratura proximal do fêmur e analisar dados da internação, como tempo de hospitalização e custos, nos hospitais públicos do Estado de São Paulo. Método: Trata--se de um estudo populacional retrospectivo e descritivo, que selecionou pacientes internados com fratura da extremidade proximal do fêmur que foram tratados cirurgicamente, de abril de 2018 a março de 2019, nos hospitais pertencentes ao Sistema Único de Saúde (SUS) do Estado de São Paulo. Foram analisadas as Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) registradas no Sistema de Informação Hospitalar do SUS. O programa tabwin32.exe do DATASUS, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, foi utilizado para a coleta dos dados. Resultados: Foi identificado um total de 10.118 procedimentos cirúrgicos para tratamento de fraturas do fêmur proximal, com predomínio da região transtrocantérica com 63,69%; do sexo feminino, com 58,69% e de etnia branca, com 68.65%. Em relação à faixa etária, 38,8% tinham mais de 80 anos. A maior parte dos pacientes (18,33%) eram procedentes da capital do Estado, que realizou o maior número de procedimentos cirúrgicos (4,95%), seguida por Ribeirão Preto, com 2,12%. A maioria dos pacientes (41.76%) permaneceu no hospital por quatro a sete dias, sendo que a maioria não necessitou de transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva. Dentre os desfechos à alta hospitalar, 65,96% foram de alta melhorada e 4,17% foram a óbito. O custo médio por procedimento cirúrgico foi de R$ 2.355,63, sendo que o valor gasto com cirurgias de fraturas transtrocantéricas correspondeu a 68,3% do gasto total com as cirurgias de fraturas de fêmur, que atingiu R$ 23.834.300,58 no período pesquisado. Conclusão: As fraturas de fêmur proximal merecem atenção das autoridades sanitárias pelo seu grande impacto na saúde dos idosos, além dos custos envolvidos. A implementação de medidas voltadas à prevenção desses agravos pode resultar na redução de seu impacto negativo. Os serviços de assistência ortopédica devem otimizar o cuidado a esses pacientes, que apresentam longa permanência hospitalar, o que pode aumentar sua morbimortalidade.Palavras-chave: fraturas do fêmur proximal. Idoso. Epidemiologia. Sistema único de saúde.