Perfil epidemiológico das mães e crianças constantes nas declarações de nascidos vivos e nas declarações de óbito

Abstract

Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico das mães e das crianças constantes nas declarações de nascidos vivos e nas declarações de óbito. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo caso-controle. A amostra foi constituída por 147 casos e 441 controles. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza-CE. As variáveis analisadas foram: idade, escolaridade, estado civil materna, tipo de gestação, número de consultas de pré-natal, idade gestacional, tipo de parto, sexo da criança, índice de Apgar no 1º e no 5° minuto e peso ao nascer. Na análise descritiva, utilizaram-se valores absolutos e relativos, média e desvio padrão. Na análise inferencial utilizou-se o teste do Qui-quadrado, ao nível de significância de 5%. Resultados: Das variáveis estudadas aquelas que apresentaram associação significativa com o desfecho foram: escolaridade (p <0,001), tipo de gestação (p <0,001), número de consultas de pré-natal (p=0,025), idade gestacional (<0,001), tipo de parto (<0,001) e peso ao nascer (p <0,001). Conclusão: Concluiu-se que diferente do perfil epidemiológico dos controles, os casos são caraterizados por serem de mães jovens, vivendo sem companheiro, pouco grau de instrução, com gravidez gemelar, idade gestacional menor que 36 semanas, parto vaginal e baixo peso ao nascer do recém-nascido.

Características maternas de nascidos vivos no Acre: análise sociodemográfica e obstétrica entre 2015 e 2019

“…Cabe salientar que as gestações nos extremos de idade, durante a adolescência e após os 35 anos, estão associadas a possíveis complicações na gravidez, parto e período perinatal, tais como doença hipertensiva específica da gravidez, diabetes gestacional, abortos espontâneos, partos prematuros e baixo peso ao nascer 7 e maior frequência de hospitalizações. 1 Concernente ao estado civil, a prevalência de mulheres que possuíam companheiro foi superior aos resultados encontrados em Rondônia 7 , Goiás 10 , Ceará 13 e semelhante aos encontrados em Minas Gerais 14 e Piauí. 9 A situação conjugal das mães no presente estudo se caracteriza com um aspecto protetor, uma vez que a presença do companheiro proporciona segurança e satisfação para a mulher, permite o fortalecimento do vínculo afetivo familiar e interfere positivamente na adesão ao pré-natal, ao passo que a ausência do companheiro constitui fator de risco para o desenvolvimento da gestação e está associada a diminuição de apoio psicológico, emocional, social e menor estabilidade econômica.…”

“…Em contrapartida, quanto maior o nível de escolaridade materna, melhores são as condições de orientá-la para o cuidado de si durante o ciclo gravídico puerperal e com o recém-nascido. 13 No tocante às variáveis obstétricas, a frequência de gravidez múltipla foi inexpressiva quando comparada a gravidez única, o que minimiza o risco para a prematuridade e para o baixo peso ao nascer. Nesse contexto, apesar da maior frequência de gestações a termo, se observou uma proporção significativa de partos prematuros, convergindo com achados consolidados na literatura e revelando taxas superiores às encontradas em outros estados brasileiros e em países desenvolvidos.…”

“…9,10,14 Tal fato desperta para o fortalecimento de ações de prevenção à prematuridade, a saber qualificação da atenção pré-natal, controle dos riscos na gravidez, utilização de boas práticas no trabalho de parto e no parto e assistência adequada aos recém-nascidos vulneráveis, uma vez que menores idades gestacionais estão associadas à redução da compatibilidade com a vida e, consequentemente, à mortalidade infantil. 13 Nesse enredo, frisa-se a assistência pré-natal, reconhecida como valioso indicador de qualidade dos serviços de saúde, cujo objetivo é garantir o desenvolvimento saudável da gestação e o nascimento seguro através de um cuidado contínuo 18 , que tangenciou a fragilidade no acesso ou na adesão nesse estudo pela acentuada proporção de número de consultas inferior ao recomendado pelas autoridades de saúde, ultrapassando os indicadores nacionais de 27,1% de consultas pré-natais insuficientes. 19 O pré-natal é avaliado a partir do número de consultas, início durante o primeiro trimestre e pela realização de exames laboratoriais 20 , sendo considerado inadequado ou intermediário no cenário em foco e sugerindo desarranjos nos serviços de saúde locais.…”

Analysis of factors associated with early neonatal deaths through linkage between SIM and SINASC, in Sergipe, Brazil

“…Newborns of twin pregnancies have a high incidence of low birth weight and prematurity at birth. Furthermore, twin pregnancies are more prone to complications such as preeclampsia, polyhydramnios, placental abruption, anemia, prolapse and circular cord (Sanders et al, 2020).…”

“…However, studies carried out in southern Brazil have shown that low maternal education is related to infant mortality (Mombelli et al, 2012). A feasible explanation is that a better educational level may be associated with the correct follow-up of medical recommendations during pregnancy and soon after birth and the greater importance of home hygiene and cleaning habits related to newborns (Sanders et al, 2020).…”