Perfil e atitudes de mulheres atendidas na estratégia saúde da família frente ao exame citopatológico

Abstract

Objetivou-se identificar o perfil e as atitudes de mulheres atendidas em uma Estratégia Saúde da Família frente ao exame citopatológico. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e prospectivo, realizado em um município do Extremo Oeste Catarinense. A coleta de dados transcorreu em julho e agosto de 2022, por meio de questionário fechado e estruturado, contendo as variáveis relativas aos dados sociodemográficos, clínicos e comportamentais das participantes com relação ao exame citopatológico. Os dados foram organizados e analisados pelo Statistical Package for the Social Sciences. Foram respeitados os preceitos éticos de pesquisa, conforme a Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. Das 61 participantes do estudo, 9 (14,8%) nunca realizaram o exame, apontando, como motivos, vergonha (33,4%), falta de tempo (22,2%), medo (11,1%), não apresentar sinais e/ou sintomas (11,1%), não ter vida sexual ativa (11,1%) e falta de interesse (11,1%). Das 52 que já fizeram o exame, o motivo mais citado foi por rastreamento/prevenção (88,5%), com tempo médio de realização entre um exame e outro de 2,28 anos, estando em consonância à recomendação do Ministério da Saúde. Das participantes, 27 (51,9%) não realizaram o exame no último ano, prevalecendo, dentre os principais motivos, não apresentar sinais e sintomas (22%), falta de tempo (19%), esquecimento (18%) e vergonha (15%). Conclui-se que a maioria das participantes reconhece a importância do exame como forma de prevenção ao câncer de colo uterino, contudo, há ainda muitas limitações na realização periódica. Neste cenário, destaca-se a importância do acolhimento e da humanização no atendimento, sendo que a criação de um ambiente confortável e a escuta qualificada pode auxiliar significativamente na adesão ao exame.