Percepções e Escolhas de Adolescentes sobre Saúde no Contexto da Residência Multiprofissional

Abstract

Resumo Este artigo é um recorte de um projeto maior intitulado “O empoderamento do/da adolescente para a promoção da sua saúde no contexto de uma residência multiprofissional”. Trata-se de um estudo exploratório e interpretativo de abordagem qualitativa realizado em uma escola pública estadual no contexto de uma Residência Multiprofissional em Saúde do Adolescente em um município de Minas Gerais. O objetivo foi identificar as percepções e escolhas dos(as) adolescentes em relação a sua saúde. Como técnica de coleta de dados, utilizaram-se oficinas com estudantes do Ensino Médio. Os dados foram transcritos na íntegra, submetidos à análise temática e interpretados a partir do referencial teórico da psicologia social. A análise permitiu identificar diferentes temas, organizados em três categorias: “concepções de adolescentes sobre saúde”, atreladas sobremaneira ao paradigma biomédico e à corrente moderna de promoção da saúde; “influências nas escolhas e na saúde dos(as) adolescentes”, que destacam o papel da família e das relações interpessoais; “Onde os/as adolescentes buscam saúde”, que evidencia a internet como lócus primário da busca por informações. As categorias foram discutidas em três eixos: “adolescências, saúde e seus corpos: rascunho ou potência?”, “adolescências, influências, escolhas e saúde” e “adolescências, cultura digital e saúde: articulações possíveis”. Conclui-se que, para promover saúde durante a adolescência, é preciso despir-se de concepções generalistas e dos ideais de adolescência, extrapolar os espaços tradicionais de cuidado com esse público e considerar profundamente os determinantes sociais em saúde.

Agenda 2030 Da Onu Em Discussão: Foco No Terceiro Objetivo Para Garantia De Acesso À Saúde De Qualidade E Promoção Do Bem-Estar Para Todos E Todas

“…Trata-se de um estudo reflexivo sobre a utilização da Política Nacional de Promoção da O ponto fundamental para ter noção dos conhecimentos dos adolescentes sobre o que seria saúde é buscar suas falas a respeito de seu cotidiano, onde boa parte passa dentro do ambiente escolar, e junto a isso a família tem papel principal no entendimento do que envolve sua própria saúde. Nessa perspectiva a visão deles se torna alicerce para as intervenções serem mais efetivas e resolutivas no que tange a promoção da saúde (TORRES et al, 2022;FAIAL, et al, 2020;DUARTE et al, 2021). A fase em que estão vivendo é marcada por transformações hormonais sendo gerador de conflitos nas relações de amizades, porém muitos carecem de rede apoio para não tomarem escolhas precipitadas.…”

“…A fase em que estão vivendo é marcada por transformações hormonais sendo gerador de conflitos nas relações de amizades, porém muitos carecem de rede apoio para não tomarem escolhas precipitadas. Com a relação à saúde, de modo geral, os adolescentes possuem uma assimilação dos riscos de práticas sexuais e suas consequências para adoecer, mas também, quando há a quem recorrer sobre tais assuntos se tornam menos propensos a busca do sexo seguro, sendo essencial a referência profissional (DUARTE et al, 2021;TORRES et al, 2022).…”

“…Convém ressaltar o olhar para o ambiente escolar como forma de obter saúde, quando se proporciona medidas higiênicas e de assistência de profissionais dentro dessas instituições, como médicos ou enfermeiros para prestar cuidados nesses espaços, trazendo consigo o saber popular sobre saúde e mostrando maneiras de como melhorar(FAIAL et al, 2020;MALTA et al, 2018).É importante destacar que o adolescente vive atualmente cercado de tecnologias digitais, onde muitos as veem como fontes confiáveis para buscar informações sobre hábitos saudáveis na impossibilidade de acompanhamento profissional. Dada a relevância de atuarem como sujeitos ativos de sua saúde, muitos percebem o mundo através do que eles consomem na internet, vendo famosos e sites como expressões que podem trazer prejuízos a sua saúde mental sentindo-se ansiosos e tristes com suas vidas(DUARTE et al, 2021;MALTA et al, 2018).Não obstante, as famílias entram como primordiais em formar concepções sobre comportamentos saudáveis, isto porque pais, tios (as) e parentes, dos quais possuem vícios, podem influenciá-los ao consumo de álcool e outras drogas. Muitos têm o entendimento de que o consumo dessas substâncias traz malefícios, porém buscam-nas como aceitação social por estar presentes no seu dia a dia, relatando como um dos desafios para manter a saúde (MORAES-PARTELLI, 2019).…”