Percepção dos pais em relação ao estado nutricional dos seus filhos

Abstract

Introdução: A difícil percepção dos pais em relação ao estado nutricional de seus filhos prejudica a promoção da saúde e prevenção de doenças. Objetivo: Identificar a percepção dos pais em relação ao estado nutricional dos seus filhos. Materiais e métodos: Estudo transversal com aferição de dados antropométricos de pré-escolares do município de Gravataí – Rio Grande do Sul (RS) e aplicação de questionário com os pais para identificação da imagem corporal através da escala de silhuetas de Tiggemann e estado nutricional com o propósito de confrontar as informações fornecidas pelos responsáveis com o real diagnóstico nutricional das crianças. Resultados: Dentre os pré-escolares avaliados, 36% eram eutróficos e 64% apresentavam risco nutricional. 100% dos pais classificaram como sendo normal o estado nutricional dos seus filhos. De acordo com a imagem corporal assinalada, 35,7% dos pais marcaram a mesma imagem para definir o estado nutricional dos filhos. Quanto à comparação entre a percepção dos pais e o real diagnóstico dos filhos, 62,5% das crianças com sobrepeso foram subestimadas pelos pais. Conclusão: Todos os responsáveis identificaram seus filhos como normais em relação ao estado nutricional. Contudo, a percepção dos pais a respeito do peso corporal tende a ser distorcida principalmente entre crianças com sobrepeso.

<br/> PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ADOLESCENTES: A REALIDADE E A PERCEÇÃO DOS PAIS <br/>

“…Em Portugal, como resultado de políticas promotoras da saúde, entre 2008 e 2019, verificou-se uma significativa redução no excesso de peso na primeira infância, no entanto, o sobrepeso aumentou na população adolescente, assumindo em 2017 um total de 23,6% em pré-obesidade e 8,7% em obesidade (total de 32,3%) (9) . Neste contexto, também se evidencia um estudo de meta-análise efetuado com jovens portugueses, entre os 9-11 anos, que validou a prevalência de sobrepeso e obesidade em 19% a 35% destes, colocando a população infantojuvenil portuguesa com excesso de peso no ranking dos cinco primeiros países europeus (21) .…”

“…De diversos estudos que abordam a perceção dos pais quanto ao estado nutricional dos seus filhos, verificou-se que os seus resultados são semelhantes à presente análise, apesar da maioria ter sido efetuada com crianças (em idade pré-escolar) ou simultaneamente com crianças e adolescentes (21,33) .…”

“…Os pais desempenham um papel essencial no diagnóstico e tratamento do sobrepeso dos seus filhos (19) . A incapacidade destes manifestarem preocupação e apresentarem uma perceção distorcida sobre o sobrepeso dos filhos são das principais razões para o aumento da obesidade infantojuvenil (20,21) .…”

“…Se os pais não forem capazes de percecionar, para a idade do adolescente, o sobrepeso que este apresente, ou não reconhecerem os riscos para a saúde associados ao mesmo, os programas de prevenção e de tratamento da obesidade juvenil não alcançarão o sucesso ambicionado (21,22) . O presente estudo desenvolveu-se numa Escola Básica do Litoral Alentejano, em adolescentes que frequentam o 2.º ciclo, com idades compreendidas entre os 10 e os 12 anos.…”

“…Um estudo transversal (21) efetuado com 28 crianças de dois a cinco anos, revelou uma perceção distorcida dos pais, quanto ao peso corporal dos seus filhos, principalmente em crianças que apresentaram sobrepeso, classificando-as com peso inferior.…”