Percepção dos enfermeiros sobre o acolhimento e classificação de risco na Atenção Primária à Saúde (APS)

Abstract

Este estudo emergiu como uma proposta de mudança no processo de trabalho nos serviços de saúde que atendem a população, especialmente a demanda espontânea. O objetivo foi conhecer a percepção dos enfermeiros sobre a recepção e classificação de risco na atenção primária à saúde. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. Dezesseis enfermeiros entrevistados participaram. A análise dos dados resultou em três categorias: Conhecimento e responsabilidades da recepção, aplicabilidade da classificação de riscos e protocolos e dificuldades na recepção. Os resultados mostraram que os conceitos de recepção e classificação de risco são reconhecidos pelos enfermeiros, mas na aplicabilidade de ambos os processos encontram dificuldades na responsabilidade do acolhimento e no desconhecimento dos usuários em relação às formas de atenção. Conclui-se que, embora seja reconhecida a importância da recepção e sua resolução, confirma-se a necessidade de capacitação e criação de protocolos de endereçamento.

Obstacles to the educational praxis of nurses in the Family Health Strategy

“…The incorporation of new tools or activities, such as reception and risk classification, are observed with hesitation as to applicability, training requirements and risk of uncritical assimilation, alienated from fundamentals, with an impact on work overload, workers' health and quality of attention (13) . What could be a potent work arrangement now means loss of autonomy, space, for health promotion actions, and bond with the territory, in addition to the clinic's activities.…”

Acesso de trabalhadores de um território aos serviços ofertados pela unidade básica de saúde

“…Ademais, a ESF, além de possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, deve realizar o acolhimento dos usuários. Parte do princípio de que a UBS deve receber e ouvir todos os que procuram seus serviços 1,14 . No entanto, os princípios da integralidade, universalidade e acolhimento esbarram no fundamento de que a ESF atue a partir de áreas geográficas definidas, ou seja, cada UBS possui uma população adscrita e não realiza atendimento para além dessa população.…”

Organização do processo de acolhimento à demanda espontânea odontológica na Atenção Primária à Saúde por meio do arco de Maguerez: relato de experiência

“…Apesar de existirem fluxogramas que orientam e sistematizam a correta classificação de risco das queixas mais comuns nas UBS (Ministério da Saúde, 2013; Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, 2018), observa-se que estes não são comumente utilizados nessa importante etapa de acesso aos serviços. Os motivos para a ocorrência desse fato, segundo a literatura, encontram-se principalmente na falta de capacitação e educação permanente dos profissionais de saúde bem como na não formalização dos protocolos disponíveis atualmente (Costa et al, 2018). Morelato et al (2021) realizaram um estudo qualitativo com enfermeiros da atenção primária acerca do acolhimento com classificação de risco no qual observou-se que 80% dos enfermeiros participantes do estudo nunca haviam utilizado um protocolo de classificação de risco na APS.…”