RESUMOO bebê prematuro apresenta imaturidade na sincronia deglutição-sucção, obtida após 34 semanas de idade gestacional. É importante identificar as dificuldades vivenciadas pela díade mãe-filho no processo de aleitamento materno durante o período de hospitalização e após a alta da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Objetiva-se avaliar o aleitamento materno de recém-nascidos prematuros no primeiro mês após alta da UTIN. O estudo consiste de uma pesquisa exploratória e descritiva na modalidade estudo de caso. Os dados foram coletados por observação do aleitamento materno mediante instrumento apropriado, na amamentação na unidade, durante a hospitalização e após um mês da alta hospitalar, no ambulatório de seguimento de recém-nascidos de risco. As principais dificuldades enfrentadas pelas mães na hospitalização e após a alta foram dor ao amamentar, mamas túrgidas, mamilo plano e dificuldade em manter o bebê acordado. Em relação ao prematuro, as preocupações foram: o estado de alerta nas mamadas; um padrão adequado de sucção-deglutição; frequência respiratória sem coordenação nas mamadas; pega e postura do bebê. A preocupação com o aleitamento materno deve ir além do período de hospitalização, tendo continuidade após a alta hospitalar, visto que este é o período em que essa díade encontra maior dificuldade de adaptação e necessita de apoio para a manutenção da lactação e do aleitamento materno.
INTRODUÇÃOO leite materno proporciona nutrição e imunização ao recém-nascido, além de permitir a formação e fortalecimento do vínculo afetivo entre a mãe e o bebê. Sabidamente, é uma maneira insubstituível de alimentar a criança, pois promove seu crescimento e desenvolvimento ideal. Um problema que ocorre é o parto prematuro, que impossibilita o contato imediato entre mãe e bebê, levando ao afastamento destes e inviabilizando a amamentação logo após o parto.Assim, a hospitalização nas unidades de terapia intensiva neonatais (UTINs), além do afastamento físico, provoca ainda estresse materno, sentimentos de culpa pelo parto prematuro, ansiedades e medos diante de toda a situação experienciada (1) . Estes fatores, associados à fragilidade do apoio da família e dos profissionais de saúde, podem influenciar negativamente o processo de amamentação (1) . Quando esses fatores se associam as condições fisiológicas e clínicas do recém-nascido prematuro (RNPT) tem-se um agravamento das dificuldades com o aleitamento materno, uma vez a imaturidade cerebral de todo prematuro leva-o a ter dificuldade de permanecer alerta durante o aleitamento. Consequentemente, o RNPT deixa de ter reflexos orais ou os tem incompletos, produzindo sucção ineficaz, além de surgir falta de coordenação entre a deglutição e a respiração. Essas dificuldades com o aleitamento materno geram atrasos no ganho de peso e maior estresse materno e prolonga a hospitalização e a alta hospitalar das UTINs (2,3) . Nesse contexto, faz-se necessário identificar precocemente as dificuldades enfrentadas durante a hospitalização na UTIN para se poder promover o cui...