Percepção da competência ocupacional e comportamentos sexuais de risco em toxicodependentes

Abstract

Resumo: Objetivo: Estudar/compreender os comportamentos sexuais de risco e a percepção da competência ocupacional em toxicodependentes, em função da presença/ausência de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Método: Optou-se por uma metodologia quantitativa e transversal, assumindo o estudo um carácter exploratório e descritivo. Assim, 166 indivíduos toxicodependentes, com 34,6 anos de média de idade, foram avaliados com os seguintes instrumentos: Auto-Avaliação Ocupacional e QC-VIH. Resultados: Nos comportamentos sexuais, os toxicodependentes infetados por HIV eram o grupo com a maior frequência de utilização do preservativo e um maior conhecimento em relação ao HIV. Por outro lado, os toxicodependentes sem DST apresentaram valores medianos mais altos para a percepção da competência ocupacional. Conclusões: São diferentes os comportamentos sexuais entre toxicodependentes, de acordo com a sua serologia. Os toxicodependentes sem DST continuam a manter comportamentos sexuais de risco. Parecem não ter a percepção da gravidade para a sua saúde e para a competência ocupacional do poder vir a ser infetado pelo HIV. Quando um toxicodependente é confrontado com a notícia da sua seropositividade ao HIV parece existir um comportamento comum quanto ao uso de precauções (preservativo), redução dos riscos em todo o tipo de relações sexuais e diminuição da percepção da competência ocupacional. Abstract: Objective:This study aimed to study/understand sexual risk behaviors and the perception of occupational competence in drug addicts, regarding the existence/absence of Sexually Transmitted Diseases (STD). Method: We opted for a quantitative and transversal methodology that provided an exploratory and descriptive nature to the study. To this end, 166 drug addicts aged 34.6 years on average were assessed through the following questionnaires: "Occupational Self Assessment" and "HIV-KQ". Results: Regarding sexual behaviors, drug addicts infected with HIV were the group using condoms more frequently and having a more comprehensive knowledge about HIV. On the other hand, drug addicts with no STDs presented higher median scores related to occupational competence, volition, and performance ability when compared with the other two groups. Conclusions: Sexual risk behaviors among drug addicts differ according to their serology. Drug addicts without STD maintain sexual risk behaviors. They seem to have no perception of how serious the fact of being infected with HIV is to their health and occupational ability. When a drug addict is confronted with his own seropositivity to HIV, there seems to be a common behavior related to the use of precautions (condoms), risk reduction in every type of sexual relation, and decreased perception of occupational competence.